O COMETA DA VEZ: COMETA C/2021 S3 (PANSTARRS)

Quebra Cabeça - Sistema Solar
Imagem Ilustrativa – Sistema Solar. Fonte: GROW.

Você já viu o cometa c/2021 s3?

Imagine você numa noite estrelada, contemplando o vasto céu pontilhado de constelações, com aglomerados estelares, nebulosas e galáxias.

Em meio a essa imensidão cósmica, um evento celestial único captura sua atenção:

Um cometa desliza pelo firmamento, deixando para trás um rastro luminoso que parece pintar o próprio universo.

Nem precisa de telescópio pra ver.

Esse momento mágico é mais do que uma simples visão, é uma experiência que desperta um senso de admiração e conexão com o cosmos.

Isso porque os cometas têm fascinado e intrigado a humanidade ao longo da história, evocando mistério e maravilha.

Passado, presente e futuro

Nos tempos antigos, os cometas eram vistos, entre outras coisas, como presságios divinos.

Já nos dias atuais, eles são estudados como corpos celestes fascinantes.

Realmente, os cometas desempenham um papel significativo na nossa compreensão do universo.

E agora, em meio às vastidões do espaço, surge o Cometa C/2021 S3 (PANSTARRS), pronto para iluminar os céus com sua presença efêmera.

Descoberto pelo projeto PANSTARRS, este cometa promete oferecer uma exibição celestial extraordinária para aqueles que estiverem dispostos a levantar os olhos para o firmamento.

O nome PANSTARRS, que significa “Panoramic Survey Telescope and Rapid Response System”, reflete a missão do projeto.

Sua responsabilidade é mapear o céu em busca de objetos em movimento como cometas e asteroides, quando comparados com as chamadas estrelas fixas.

E o Cometa C/2021 S3 certamente se destaca como uma das descobertas mais notáveis desse esforço científico.

Neste artigo, convido você a embarcar em uma jornada emocionante pelo cosmos e a conhecer mais sobre o Cometa C/2021 S3 (PANSTARRS).

Vamos explorar não apenas as características únicas deste cometa, mas também as melhores práticas para observá-lo e apreciar sua beleza fugaz.

Prepare-se para se encantar com a grandiosidade do universo enquanto nos preparamos para testemunhar um dos eventos celestes mais espetaculares do ano.

Um cometa pela janela

1. O Fascínio dos Cometas:

Os cometas são verdadeiros enigmas do cosmos, envoltos em mistério e beleza.

Desde os tempos antigos, esses corpos celestes têm fascinado a humanidade, sendo vistos como mensageiros dos deuses, portadores de presságios ou sinais celestiais.

Sua aparição espetacular e imprevisível no céu noturno inspirou mitos, lendas e obras de arte ao longo da história.

Os cometas são compostos principalmente de gelo, poeira e gás, e quando se aproximam do Sol, o calor faz com que esses materiais se sublimem, criando uma atmosfera luminosa ao redor do núcleo do cometa, chamada de coma, e uma cauda espetacular que pode se estender por milhões de quilômetros.

Além de sua beleza visual, os cometas desempenham um papel importante na dinâmica do sistema solar.

Suas órbitas elípticas trazem esses corpos celestes de volta ao interior do sistema solar periodicamente, onde podem colidir com planetas, contribuindo para a formação de crateras e impactando a evolução de mundos como a Terra.

No entanto, apesar de nossa compreensão científica dos cometas ter avançado consideravelmente, esses objetos celestes ainda conservam um ar de mistério e romance que os torna alvo de fascínio para astrônomos amadores e profissionais.

2. Conheça o Cometa C/2021 S3 (PANSTARRS):

Entre os cometas mais recentes a capturar nossa atenção está o Cometa C/2021 S3 (PANSTARRS), descoberto pelo projeto PANSTARRS em setembro de 2021.

Este cometa promete oferecer uma exibição celestial espetacular nos próximos meses, à medida que se aproxima do Sol e se torna visível no céu noturno.

O C/2021 S3 (PANSTARRS) possui uma órbita altamente elíptica, o que significa que sua trajetória o levará desde as profundezas geladas do sistema solar exterior até as proximidades do Sol, onde será mais visível da Terra.

Seu brilho e comportamento podem variar à medida que se aproxima do Sol, proporcionando aos observadores uma experiência única de sua passagem pelo sistema solar.

Além disso, os cometas como o C/2021 S3 (PANSTARRS) oferecem aos cientistas uma oportunidade única de estudar os processos físicos e químicos que ocorrem nesses corpos celestes.

Ao analisar a composição dos gases e poeiras liberados pelo cometa, os astrônomos podem aprender mais sobre a história e evolução do sistema solar.

Quando e Onde Observar o Cometa C/2021 S3 PANSTARRS:

Para aqueles que desejam observar o Cometa C/2021 S3 (PANSTARRS), é importante saber quando e onde procurá-lo no céu.

Não precisa ir para o espaço pra vê-lo.

Inclusive, fiz um texto sobre turismo espacial aqui mesmo no blog. Vale a pena a leitura.

O título é: Turismo Espacial é uma Realidade.

Fechando parênteses…

O cometa pode se tornar visível a olho nu ou através de binóculos ou telescópios, dependendo de sua luminosidade e da poluição luminosa do local de observação.

Recomenda-se observar o cometa durante as primeiras horas da manhã ou durante o crepúsculo vespertino, quando o céu está escuro o suficiente para que objetos celestes como cometas se destaquem.

Locais afastados da poluição luminosa das cidades proporcionarão as melhores condições de observação, permitindo que os observadores apreciem o cometa em todo o seu esplendor.

Que ver o Cometa C/2021 S3 PANSTARRS em uma boa experiência?

Para maximizar a experiência de observação do Cometa C/2021 S3 (PANSTARRS), é recomendável seguir algumas dicas simples.

Primeiramente, certifique-se de escolher um local de observação escuro e livre de obstruções, longe de luzes urbanas que possam obscurecer a visão do cometa.

Além disso, leve consigo equipamentos como binóculos ou telescópios para ampliar sua visão e permitir uma observação mais detalhada do cometa e sua cauda luminosa.

Aplicativos de astronomia para dispositivos móveis também podem ser úteis para ajudar na identificação e rastreamento do cometa no céu.

Nessa aproximação, a passagem dele pelo Periélio, o ponto da órbita mais próximo do Sol, aconteceu em 14 de fevereiro.

Já a passagem do Perigeu, o ponto da órbita mais próximo da Terra, deve acontecer em 14 de março de 2024.

Do Sul da Bahia, no perigeu, ele poderá ser visto desde quando surgir no céu, à leste, a partir das 1h30min até o amanhecer.

Ele estará na constelação da Serpente nesta data.

Figura que representa o caminho que o cometa C/2021 S3 PANSTARRS fará no céu a partir de 14/03/2024.

A magnitude esperada para este cometa no Perigeu é de aproximadamente 7.1, que daria pra ver tranquilamente já com um pequeno binóculo.

Isso considerando as melhores hipóteses.

Se você estiver num lugar com pouca luminosidade, é possível ver até a olho nu.

Por fim, esteja preparado para dedicar algum tempo à observação, pois a aparência e o brilho do Cometa C/2021 S3 (PANSTARRS) podem variar ao longo do tempo, oferecendo uma experiência em constante evolução para os observadores atentos.

Conclusão

Em meio às vastidões do cosmos, o Cometa C/2021 S3 (PANSTARRS) emerge como uma joia celeste, pronta para iluminar nossos céus e despertar nossa admiração pelo universo.

À medida que nos preparamos para testemunhar esse evento cósmico único, somos lembrados da maravilha e da grandiosidade do cosmos que nos cerca.

A observação deste cometa oferece não apenas uma oportunidade de apreciar a beleza fugaz de um objeto celeste em movimento, mas também uma chance de nos conectarmos com a vastidão do espaço e a história do nosso sistema solar.

Ao olharmos para o céu noturno e contemplarmos a passagem do cometa, somos transportados para além das preocupações terrenas e convidados a contemplar a infinitude do universo.

Para aqueles que se aventuram a observar este cometa, é uma experiência que ficará gravada em suas memórias para sempre.

As recompensas dos que buscam observar diligentemente os céus noturnos vão muito além da aprendizagem técnica.

Poderia mencionar aqui a sensação de maravilha ao ver a cauda brilhante do cometa cortando o céu.

Um outra recompensa pode ser a emoção de testemunhar um evento cósmico único.

E tem muito mais: a gratidão por fazer parte de algo maior do que nós mesmos, a compreensão da nossa pequenês.

Enfim, tem muito mais!

À medida que nos despedimos do Cometa C/2021 S3 (PANSTARRS), deixamos para trás uma lembrança duradoura de nossa jornada pelo cosmos.

Que essa experiência inspire-nos a continuar explorando e admirando as maravilhas do universo que nos rodeia.

E que possamos lembrar sempre que, mesmo em meio à vastidão do espaço, há beleza e maravilha a serem descobertas, se apenas estivermos dispostos a levantar os olhos para o céu e sonhar.

Se Divirta!

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Além de conter os 8 planetas do sistema solar, a sugestão das órbitas ao redor do Sol no quebra-cabeça representa bem a ordem verdadeira.

Ou seja, você vai ter a oportunidade de aprender se divertindo!

Figura vista no quebra-cabeça montado. Fonte: Grow.

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Verifique a classificação indicativa para ele e aproveite!

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ATINGIMOS UM ASTEROIDE! MISSÃO DART – NASA

“Um asteroide com potencial para extinção global e que estava em rota de colisão com a Terra, dentro de 6 meses, foi atingido por um artefato lançado para mudar seu caminho natural, alterou sua direção e graças a isso todas as formas de vida no planeta foram salvas dessa catástrofe global.”

A frase acima é falsa hoje, mas pode se tornar uma notícia verdadeira no futuro. Tudo isso graças a uma novidade que foi anunciada em setembro de 2022.

A Missão DART da NASA conseguiu realizar um objetivo gigante: Atingir e alterar a órbita de um asteroide no espaço.

Uma conquista histórica!

Figura 1: Colisão entre a DART e o Asteroide Dimorphos capturada pelo Hubble, à direita e pelo James Webb à esquerda. Fonte: Site Oficial da Missão DART

QUE HISTÓRIA DE COLISÃO COM ASTEROIDE É ESSA, CARA?

Não é de hoje que a humanidade reflete sobre a possibilidade de toda a vida na Terra se extinguir graças a uma colisão entre um grande objeto cósmico e o nosso Pálido Ponto Azul.

O fato é que isso sempre nos preocupou.

E o primeiro passo na direção ter essa preocupação a menos foi concluído em 26 de setembro de 2022, às 18h14min pelo horário de Brasília.

Agora, se você acha que o início se deu no mês passado (estou escrevendo esse artigo em outubro de 2022), você está muito enganado.

DE ONDE VEM O PROJETO?

A NASA, percebendo a importância de desenvolver um projeto voltado direta e unicamente para prevenir futuras colisões de corpos cósmicos com a Terra, criou o PDCO.

PDCO é a sigla em inglês para o Gabinete (ou Escritório) de Coordenação de Defesa Planetária da NASA.

É do PDCO a responsabilidade de planejar, desenvolver e executar a Missão DART.

A palavra “DART” também é uma sigla em inglês para o Teste de Redirecionamento de uma Dupla de Asteroides.

Ps: Essa é uma tradução livre, releve.

Em 2021, às 03h21min da madrugada de 21 de novembro, aconteceu o esperado lançamento da missão DART, levado ao espaço pelo famoso, e tão aclamado, Falcon 9, a partir da Base da Força Espacial Vandenberg, na Califórnia.

Figura 2: Imagem do lançamento da missão DART, sendo levado ao espaço pelo Falcon 9, em novembro de 2021, mais um grande projeto da NASA. Fonte: Site Oficial da Missão DART

Uma peça no quebra-cabeça

Falando em Falcon 9, impossível esquecer que bilionários como Jeff Bezos e Elon Musk investem em tecnologias aeroespaciais para turismo espacial.

Fiz um texto sobre turismo espacial, se quiser pode ler clicando aqui: “Turismo Espacial é uma Realidade”.

Está escancarada também a importância que o investimento em ciência e tecnologia podem gerar para tempos depois, de formas inimagináveis num primeiro momento.

Até a SpaceX surgir no mercado como uma alternativa no comércio aeroespacial, era inimaginável pensar na reutilização de foguetes.

Atualmente, esse projeto precursor no segmento de proteção à ameaças cósmicas desfrutou, inclusive financeiramente, do aluguel do Falcon 9.

O fato é que mesmo com essa nova modalidade turística em expansão, a preocupação com uma colisão cósmica sempre aparece.

Por essas e outras, não é difícil lembrar de uma notícia dessa aflorando na grande mídia.

Na maioria das vezes em que essas notícias emergem, se tratam de um baita clickbait. Quando a pessoa vai ler o texto, descobre que o impacto não passou nem perto de acontecer.

Passou longe por muito!

Várias produções cinematográficas como os filmes Impacto Profundo e Não Olhe Para Cima e a série Salvation trazem à tona a fragilidade da segurança espacial em relação a estas ameaças.

E infelizmente estamos realmente desprotegidos e despreparados para agir de maneira eficaz nessas circunstâncias tão extremas.

No filme Vingadores: Ultimato, uma frase dita pelo Tony Stark, interpretado pelo ator Robert Downey Jr, revela um pouco da nossa relação com ameaças cósmicas:

“Por isso somos Os Vingadores, né, e não Os Precavidos”

Tirei a frase do contexto do filme, mas ela se encaixa muito bem no papo que tenho com você agora, principalmente para mostrar que a preocupação com esse tipo de colisão precisa ser, antes de tudo, um ato de precaução, e não um ato de remediação.

Talvez não haja remédio capaz de curar feridas advindas dessas causas.

CARACTERIZANDO O ALVO

O alvo da missão é na verdade uma dupla de asteroides.

Essa dupla é composta por Didymos, um corpo celeste de 780m de diâmetro, e Dimorphos, a lua de Didymos, que tem cerca de 160m de diâmetro.

O maior é classificado como um asteroide rochoso do tipo S. Características típicas da maioria dos asteroides conhecidos atualmente.

Já o menor tem classificação desconhecida.

Pelo diâmetro e características da superfície apresentados em imagens e vídeos da colisão, é correto afirmar que Dimorphos poderia causar danos relativamente pequenos, embora não negligenciáveis, numa colisão hipotética com a Terra.

Recomendo muito que você veja esse vídeo aqui, que mostra a aproximação da DART ao asteroide impactado.

De acordo com os dados levantados antes do impacto, Dimorphos orbitava Didymos num período de 11h55min a uma distância média de 1,18km.

O sistema fez sua maior aproximação recente com a Terra entre os meses de setembro e outubro deste ano (2022), a uma distância aproximada de 10 MILHÕES de Km.

Se você não tem uma noção de distância dessas magnitudes, lembre-se de que a distância média entre a Terra e a Lua atualmente está em cerca 385 Mil Km.

Ou seja, estamos falando de uma distância quase que 26 vezes maior que a distância entre a Lua e nós!

Preciso te dizer que Didymos e Dimorphos não estão em rota de colisão com a Terra e este foi um dos fatores decisivos na hora de escolhê-los como alvo da missão.

Era preciso garantir que o experimento fosse feito o mais longe possível do nosso planeta, para que se algo desse errado, nenhuma consequência grave chegasse à Terra.

E também que o experimento acontecesse perto o suficiente para que detalhes fossem observados.

E QUE FIM TEVE ESSE ASTEROIDE?

Para sabermos avaliar como foi o fim, é preciso compararmos com os objetivos do começo.

Os objetivos da missão eram:

  • Atingir um asteroide em movimento no espaço;
  • Causar um ajuste de velocidade e órbita de Dymorphos, diminuindo o raio em pelo menos 1% e o tempo de órbita em 73 segundos;

Vale lembrar que o alvo vem sendo estudado desde o ano de 2003.

No começo, a NASA tinha isso no papel.

Em 2022, quase 20 anos depois, temos várias leituras, imagens e vídeos que atestam não apenas a colisão que foi programada, como também o ajuste de órbita causado.

De acordo com astrônomos envolvidos no projeto, o período orbital de Dymorphos ao redor de Didymos, diminuiu em aproximadamente 32min.

Como falei no bloco anterior, a órbita era de 11h55min.

Depois da colisão, a órbita passou a ser de 11h32min, de acordo com os cientistas.

Essa alteração foi cerca de 25 vezes maior do que a esperada.

Figura 3: Esquema que representa, sem escala, a diferença de órbita antes e depois do impacto da DART no asteroide Dimorphos. Fonte: Site Oficial da Missão DART

UM GRANDE VOO PARA A HUMANIDADE

Diante do sucesso do projeto, um novo horizonte na direção das ideias de proteção planetária se abre.

Figura 4: Um pequeno quadro de comparação entre a espaçonave da missão DART, alguns monumentos destacados no mundo e a dupla de asteroides. Fonte: Site Oficial da Missão DART

A humanidade já é capaz de monitorar, mirar e acertar um objeto de 160m de diâmetro a mais de 10.000.000 de Km de distância de nós!

O Centro de Estudos de Objetos Próximos da Terra, uma tradução em português para o que significa a sigla CNEOS, do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) – NASA, tem um site especializado em informar sobre asteroides e situação de aproximação.

Não demora muito pra perceber que os asteroides que mais oferecem riscos de colisão tem chances exageradamente baixas de realmente chegarem a um choque com a Terra.

Desafio você a clicar aqui e conferir.

Te garanto que esse foi apenas um pequeno episódio da saga de caça aos asteroides perigosos que temos pela frente.

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