O COMETA DA VEZ: COMETA C/2021 S3 (PANSTARRS)

Quebra Cabeça - Sistema Solar
Imagem Ilustrativa – Sistema Solar. Fonte: GROW.

Você já viu o cometa c/2021 s3?

Imagine você numa noite estrelada, contemplando o vasto céu pontilhado de constelações, com aglomerados estelares, nebulosas e galáxias.

Em meio a essa imensidão cósmica, um evento celestial único captura sua atenção:

Um cometa desliza pelo firmamento, deixando para trás um rastro luminoso que parece pintar o próprio universo.

Nem precisa de telescópio pra ver.

Esse momento mágico é mais do que uma simples visão, é uma experiência que desperta um senso de admiração e conexão com o cosmos.

Isso porque os cometas têm fascinado e intrigado a humanidade ao longo da história, evocando mistério e maravilha.

Passado, presente e futuro

Nos tempos antigos, os cometas eram vistos, entre outras coisas, como presságios divinos.

Já nos dias atuais, eles são estudados como corpos celestes fascinantes.

Realmente, os cometas desempenham um papel significativo na nossa compreensão do universo.

E agora, em meio às vastidões do espaço, surge o Cometa C/2021 S3 (PANSTARRS), pronto para iluminar os céus com sua presença efêmera.

Descoberto pelo projeto PANSTARRS, este cometa promete oferecer uma exibição celestial extraordinária para aqueles que estiverem dispostos a levantar os olhos para o firmamento.

O nome PANSTARRS, que significa “Panoramic Survey Telescope and Rapid Response System”, reflete a missão do projeto.

Sua responsabilidade é mapear o céu em busca de objetos em movimento como cometas e asteroides, quando comparados com as chamadas estrelas fixas.

E o Cometa C/2021 S3 certamente se destaca como uma das descobertas mais notáveis desse esforço científico.

Neste artigo, convido você a embarcar em uma jornada emocionante pelo cosmos e a conhecer mais sobre o Cometa C/2021 S3 (PANSTARRS).

Vamos explorar não apenas as características únicas deste cometa, mas também as melhores práticas para observá-lo e apreciar sua beleza fugaz.

Prepare-se para se encantar com a grandiosidade do universo enquanto nos preparamos para testemunhar um dos eventos celestes mais espetaculares do ano.

Um cometa pela janela

1. O Fascínio dos Cometas:

Os cometas são verdadeiros enigmas do cosmos, envoltos em mistério e beleza.

Desde os tempos antigos, esses corpos celestes têm fascinado a humanidade, sendo vistos como mensageiros dos deuses, portadores de presságios ou sinais celestiais.

Sua aparição espetacular e imprevisível no céu noturno inspirou mitos, lendas e obras de arte ao longo da história.

Os cometas são compostos principalmente de gelo, poeira e gás, e quando se aproximam do Sol, o calor faz com que esses materiais se sublimem, criando uma atmosfera luminosa ao redor do núcleo do cometa, chamada de coma, e uma cauda espetacular que pode se estender por milhões de quilômetros.

Além de sua beleza visual, os cometas desempenham um papel importante na dinâmica do sistema solar.

Suas órbitas elípticas trazem esses corpos celestes de volta ao interior do sistema solar periodicamente, onde podem colidir com planetas, contribuindo para a formação de crateras e impactando a evolução de mundos como a Terra.

No entanto, apesar de nossa compreensão científica dos cometas ter avançado consideravelmente, esses objetos celestes ainda conservam um ar de mistério e romance que os torna alvo de fascínio para astrônomos amadores e profissionais.

2. Conheça o Cometa C/2021 S3 (PANSTARRS):

Entre os cometas mais recentes a capturar nossa atenção está o Cometa C/2021 S3 (PANSTARRS), descoberto pelo projeto PANSTARRS em setembro de 2021.

Este cometa promete oferecer uma exibição celestial espetacular nos próximos meses, à medida que se aproxima do Sol e se torna visível no céu noturno.

O C/2021 S3 (PANSTARRS) possui uma órbita altamente elíptica, o que significa que sua trajetória o levará desde as profundezas geladas do sistema solar exterior até as proximidades do Sol, onde será mais visível da Terra.

Seu brilho e comportamento podem variar à medida que se aproxima do Sol, proporcionando aos observadores uma experiência única de sua passagem pelo sistema solar.

Além disso, os cometas como o C/2021 S3 (PANSTARRS) oferecem aos cientistas uma oportunidade única de estudar os processos físicos e químicos que ocorrem nesses corpos celestes.

Ao analisar a composição dos gases e poeiras liberados pelo cometa, os astrônomos podem aprender mais sobre a história e evolução do sistema solar.

Quando e Onde Observar o Cometa C/2021 S3 PANSTARRS:

Para aqueles que desejam observar o Cometa C/2021 S3 (PANSTARRS), é importante saber quando e onde procurá-lo no céu.

Não precisa ir para o espaço pra vê-lo.

Inclusive, fiz um texto sobre turismo espacial aqui mesmo no blog. Vale a pena a leitura.

O título é: Turismo Espacial é uma Realidade.

Fechando parênteses…

O cometa pode se tornar visível a olho nu ou através de binóculos ou telescópios, dependendo de sua luminosidade e da poluição luminosa do local de observação.

Recomenda-se observar o cometa durante as primeiras horas da manhã ou durante o crepúsculo vespertino, quando o céu está escuro o suficiente para que objetos celestes como cometas se destaquem.

Locais afastados da poluição luminosa das cidades proporcionarão as melhores condições de observação, permitindo que os observadores apreciem o cometa em todo o seu esplendor.

Que ver o Cometa C/2021 S3 PANSTARRS em uma boa experiência?

Para maximizar a experiência de observação do Cometa C/2021 S3 (PANSTARRS), é recomendável seguir algumas dicas simples.

Primeiramente, certifique-se de escolher um local de observação escuro e livre de obstruções, longe de luzes urbanas que possam obscurecer a visão do cometa.

Além disso, leve consigo equipamentos como binóculos ou telescópios para ampliar sua visão e permitir uma observação mais detalhada do cometa e sua cauda luminosa.

Aplicativos de astronomia para dispositivos móveis também podem ser úteis para ajudar na identificação e rastreamento do cometa no céu.

Nessa aproximação, a passagem dele pelo Periélio, o ponto da órbita mais próximo do Sol, aconteceu em 14 de fevereiro.

Já a passagem do Perigeu, o ponto da órbita mais próximo da Terra, deve acontecer em 14 de março de 2024.

Do Sul da Bahia, no perigeu, ele poderá ser visto desde quando surgir no céu, à leste, a partir das 1h30min até o amanhecer.

Ele estará na constelação da Serpente nesta data.

Figura que representa o caminho que o cometa C/2021 S3 PANSTARRS fará no céu a partir de 14/03/2024.

A magnitude esperada para este cometa no Perigeu é de aproximadamente 7.1, que daria pra ver tranquilamente já com um pequeno binóculo.

Isso considerando as melhores hipóteses.

Se você estiver num lugar com pouca luminosidade, é possível ver até a olho nu.

Por fim, esteja preparado para dedicar algum tempo à observação, pois a aparência e o brilho do Cometa C/2021 S3 (PANSTARRS) podem variar ao longo do tempo, oferecendo uma experiência em constante evolução para os observadores atentos.

Conclusão

Em meio às vastidões do cosmos, o Cometa C/2021 S3 (PANSTARRS) emerge como uma joia celeste, pronta para iluminar nossos céus e despertar nossa admiração pelo universo.

À medida que nos preparamos para testemunhar esse evento cósmico único, somos lembrados da maravilha e da grandiosidade do cosmos que nos cerca.

A observação deste cometa oferece não apenas uma oportunidade de apreciar a beleza fugaz de um objeto celeste em movimento, mas também uma chance de nos conectarmos com a vastidão do espaço e a história do nosso sistema solar.

Ao olharmos para o céu noturno e contemplarmos a passagem do cometa, somos transportados para além das preocupações terrenas e convidados a contemplar a infinitude do universo.

Para aqueles que se aventuram a observar este cometa, é uma experiência que ficará gravada em suas memórias para sempre.

As recompensas dos que buscam observar diligentemente os céus noturnos vão muito além da aprendizagem técnica.

Poderia mencionar aqui a sensação de maravilha ao ver a cauda brilhante do cometa cortando o céu.

Um outra recompensa pode ser a emoção de testemunhar um evento cósmico único.

E tem muito mais: a gratidão por fazer parte de algo maior do que nós mesmos, a compreensão da nossa pequenês.

Enfim, tem muito mais!

À medida que nos despedimos do Cometa C/2021 S3 (PANSTARRS), deixamos para trás uma lembrança duradoura de nossa jornada pelo cosmos.

Que essa experiência inspire-nos a continuar explorando e admirando as maravilhas do universo que nos rodeia.

E que possamos lembrar sempre que, mesmo em meio à vastidão do espaço, há beleza e maravilha a serem descobertas, se apenas estivermos dispostos a levantar os olhos para o céu e sonhar.

Se Divirta!

Você que curte papo sobre astronomia e de ver fotos lindas do cosmos, te apresento esse quebra-cabeça lindo.

O PUZZLE SISTEMA SOLAR: 500 PEÇAS

Esse quebra cabeça possui 500 peças e tem uma representação linda do sistema solar.

Além de conter os 8 planetas do sistema solar, a sugestão das órbitas ao redor do Sol no quebra-cabeça representa bem a ordem verdadeira.

Ou seja, você vai ter a oportunidade de aprender se divertindo!

Figura vista no quebra-cabeça montado. Fonte: Grow.

De quebra, ele BRILHA NO ESCURO!!!

Verifique a classificação indicativa para ele e aproveite!

Para adquirir esse belíssimo presente, clique aqui: PUZZLE SISTEMA SOLAR DE 500 PEÇAS

Observatório Astronômico da UESC: Venha Conhecer

Não são muitos os lugares no Brasil nos quais se podem encontrar exposições ou outros eventos voltados para a divulgação da astronomia.

Se essa busca for, principalmente, por algo recorrente como eventos semestrais ou anuais, suas possibilidades diminuem ainda mais.

Há claramente uma deficiência na divulgação e popularização das ciências naturais de modo geral e da astronomia em particular, no Brasil.

Porém, no sul da Bahia, há mais de uma década o Observatório Astronômico da UESC, o OAU, se mostra como um braço forte que luta contra essa deficiência.

Há sempre uma luz no fim do túnel!

O OAU, é um ambiente de educação não-formal de astronomia, que busca soluções para tornar conhecimentos científicos e culturais mais acessíveis a todos.

É também um ambiente que promove a troca de experiências sociais, mantendo sempre um staff plural de voluntários, bolsistas e professores.

Neste artigo, vou contar um pouco do que o OAU oferece e o que você pode fazer para visitá-lo.

O que é Observatório Astronômico da UESC?

Quando falamos em Observatório Astronômico é normal pensarmos em um lugar com telescópios gigantes, com pessoas manuseando-os toda a noite, fazendo ajustes nos instrumentos.

Há quem pense por aí que os observatórios astronômicos são ambientes utilizados unicamente para coleta de dados para pesquisa em astronomia e astrofísica.

Eu te garanto: atualmente a prática da pesquisa “dura” de astronomia e astrofísica tem mais a ver com computadores do que com cientistas manuseando telescópios sob o orvalho de uma noite estrelada.

Isso porque os principais telescópios do mundo funcionam de maneira automatizada; os cientistas não passam a noite olhando pelas oculares dos telescópios e os observatórios astronômicos possuem toda uma equipe técnica responsável pela aquisição de dados.

Os cientistas se preocupam em aplicar seus conhecimentos nas pesquisas e fazem, entre tantas outras coisas, por exemplo, códigos em linguagens de programação como R ou Python para o processamento dos dados gerados durante as noites de observação.

Porém os observatórios astronômicos podem ser muito mais do que locais para obtenção de dados.

Além da pesquisa, eles podem estar vinculados também a projetos de ensino e extensão.

E o Observatório Astronômico da UESC segue atuando há mais de 10 anos, principalmente por estes caminhos.

Segundo o site oficial do OAU, o Observatório Astronômico da UESC é:

“(…) um núcleo de extensão universitária cuja missão principal é promover a divulgação e a popularização de astronomia para a comunidade em geral.”.

Parte da atual equipe do Observatório Astronômico da UESC. Fonte: OAU.

Dada uma breve explicação sobre o que é, você vai ver agora um pouco dos trabalhos realizados pelo OAU.

O que o OAU faz, afinal?

Registro de um momento do Sarau das Estrelas, nas instalações do OAU, UESC. Ao fundo, as copas das árvores do Horto do campus e um lindo céu estrelado. Fonte: OAU.

Nesse intuito de divulgação e popularização da astronomia, o OAU realiza várias atividades, que podem incluir sarau, um bate-papo sobre astronomia com um professor ou monitor vinculado ao projeto, observação céu, treinamentos para professores, etc.

Periodicamente o OAU abre um edital no site oficial da UESC para o agendamento de visitas de escolas, clubes de astronomia, grupos de estudos, etc.

Vale lembrar que essas visitas podem acontecer tanto no campus da UESC como em uma região rural ou no centro das cidades, em praças públicas, quadras municipais, escolas, entre outras localidades.

Como resultado da minha primeira viagem com o OAU, eu até fiz o artigo “O Primeiro Passeio a Gente Nunca Esquece” .

Nele eu conto um pouco do que fiz e de como me senti nessa viagem.

Agora, veja o que o Prof. Dr. Jules Soares, que é coordenador do OAU, falou exclusivamente pra nós a respeito das atividades do OAU:

“O OAU funciona desde maio 2013. Em seu programa de recepção de escolas, em 2023 atendeu 103 escolas, alcançando um público estimado em 3 mil pessoas. A média dos anos anteriores foi de 40 escolas ao ano, uma vez que as recepções tinham periodicidade de 1 vez por semana, alcançando um público entre 1000 e 1500 pessoas (por ano). As escolas atendidas são majoritariamente públicas (60%) de cidades no sul da Bahia, dentro de um raio de 150 km no entorno da UESC; Além das ações na UESC, o OAU realiza atividades externas, incluindo observação em praças públicas e escolas. Em média são realizadas 10 ações externas ao ano, focadas em comunidades rurais, quilombolas e aldeias indígenas.”

Como fazer para visitar ou receber uma visita do OAU?

Como falei, periodicamente sai um edital de agendamento no site da UESC.

Porém, estes editais dão acesso a um link de agendamento que também é disponibilizado pelo Instagram do Observatório (@observatoriouesc).

Se você prestar atenção no site da UESC e no Instagram do Observatório, vai perceber que aproximadamente a cada 2 meses as inscrições são abertas.

Depois de preencher a ficha de agendamento, a pessoa responsável pela solicitação aguarda o contato da equipe do OAU para verificar a disponibilidade, marcar a data, horário e acertar os detalhes da visita.

Ainda que seu grupo não consiga data para agendamento, você poderá tentar novamente na próxima vez em que as inscrições ficarem disponíveis.

Uma Visita Especial

Como já foi dito, apresentações do OAU também compõem momentos de poesia, música, e claro, observação do céu com e sem telescópios.

Todos os envolvidos, sejam instrumentistas, vocalistas, recitantes, especialistas em astronomia, equipe de fotografia e suporte, buscam sempre promover a melhor sensação para os visitantes em cada programação.

No Sarau das Estrelas, a equipe do OAU apresenta muito mais do que meros poemas e canções, mas envolvem o público com recitação cativante, com essa belíssima produção autoral.

O público geralmente se deita e olha diretamente para o céu, enquanto o Sarau das Estrelas acontece.

Depois do Sarau, geralmente telescópios ficam disponíveis para a observação de astros ou estrelas, dependendo das condições climáticas da noite.

Na “Conversa Sobre Astronomia”, professores do Colegiado de Física da UESC fazem uma breve apresentação sobre informações e curiosidades relacionadas à astronomia e astrofísica.

O público pode participar ativamente fazendo perguntas, tirando dúvidas, tornando o momento mais dinâmico.

Há também as oficinas, porém elas não acontecem com tanta periodicidade.

Elas são informadas com antecedência, e geralmente possuem um intuito pré-definido, com um público-alvo bem específico.

Os musicais BOREPETEI e Circo Celestial também podem acompanhar as apresentações do Observatório Astronômico da UESC, porém também exigem prévio preparo e avisos que podem até requerer uma maior antecedência que as demais atividades.

Quando as visitas acontecem no Campus da UESC, os visitantes ainda têm a oportunidade de expressar um pouco do que acharam ou sentiram na visita, seja escrevendo um breve relato, um poema, ou pintando e rabiscando folhas de cadernos que ficam disponíveis para isso.

O OAU ainda dispõe de uma pequena loja, que vende itens relacionados à cultura nerd e à astronomia de modo geral, como porta-retratos do Star Wars e canecas customizadas.

Vale muito a pena conferir.

O Observatório Astronômico da UESC espera por você

Não perca mais tempo: Corra para agendar sua visita ao OAU agora mesmo!

E se você descobrir que não está no período de agendamentos, visite o site oficial, veja tudo o que tem lá e em seguida siga o instagram oficial do observatório.

Te garanto que a equipe terá todo prazer em receber os pedidos e em te receber pessoalmente nas instalações do OAU.

Espero que você conheça o OAU em breve. E se caso já o conheça, não demore em revisitá-lo.

Uma parte da equipe do OAU de anos atrás. Da esquerda para a direita, Prof Jules, Larissa e Cabeça Isidório (ao fundo), eu e o Nicholas Schofield. Fonte: OAU.

Sugestão de Leitura:

E para que você possa desfrutar um pouco de conhecimento e divulgação científica mesmo não visitando o OAU, se prepare!

Além de todas as recomendações que já fiz sobre o material disponibilizado pelo OAU na internet, tem um livro em especial que você precisa ler o quanto antes!

Essa é uma sugestão que eu até já fiz aqui no blog, mas não com tanto destaque.

Esse é um livro fantástico, um fenômeno de sucesso desde a publicação de sua primeira edição, em 1988, escrito por um dos mais destacados cientistas do século XX, o Stephen Hawking.

E se você adquirir através desse link que eu tô recomendando abaixo, além de receber em sua casa uma das melhores obras de divulgação científica dos últimos tempos, de quebra você ainda vai me ajudar a continuar trazendo conteúdo de qualidade gratuitamente pra você aqui no blog.

Clique aqui: Livro: Uma Breve História do Tempo.

Principais Eventos Astronômicos em 2024

Se você já se perguntou sobre os principais eventos astronômicos de 2024, eu te trago respostas agora.

Esses eventos são acontecimentos que marcam vidas.

Ano passado (2023), por exemplo, fiz a cobertura do eclipse solar anular, que na cidade onde moro atualmente, no sul da Bahia, foi um eclipse parcial.

Foi um momento muito especial para mim e ter muita gente compartilhando aquele momento comigo também foi incrível.

Com esse texto, eu pretendo fazer com que você fique por dentro dos principais acontecimentos celestes de 2024 para contemplar e compartilhar com amigos e familiares.

Está preparado(a)?

Em destaque, a Nebulosa de Orion. Fonte: Unsplash – Alexander Andrews.

Critérios da lista

Acontecem vários eventos astronômicos numa única noite, para as mais variadas escalas.

Como essa variedade existe, criei uma lista pensando em alguém que observa o céu a olho nu, ou com um instrumento de pequeno porte, seja um monóculo, um pequeno telescópio ou um binóculos.

Então, é bem provável que você consiga acompanhar tudo o que estiver nessa lista, mesmo sendo um total iniciante na observação do céu noturno.

Os eventos estão separados por cada mês, ou seja, é uma lista que também pode funcionar como um calendário.

Eu estou levando em consideração a localização da cidade de Itabuna-BA.

Só tem vantagens pra você aqui, viu!

Agora que você está ciente do que me propus a fazer, vamos para o que importa!

CALENDÁRIO

Anota aí todos os eventos pra você não perder nada.

A ideia é justamente compartilhar não apenas as notícias, mas as observações também.

Fonte: Freepik.

JANEIRO

14/01 – Conjunção entre a Lua e Saturno;

17/01 – O aglomerado estelar aberto NGC 2451 estará numa posição do céu que favorece sua observação;

18/01 – Lua no Quarto Crescente / Conjunção entre Lua e Saturno;

20/01 – Conjunção entre Lua e Plêiades;

25/01 – Lua Cheia;

27/01 – Urano finaliza seu movimento retrógrado;

FEVEREIRO

02/02 – Lua no Quarto Minguante;

04/02 – Ocultação de Antares pela Lua (esse aqui não será visível no Brasil, mas é um baita evento para buscar saber mais pela internet;

07/02 – Conjunção entre Lua e Vênus;

08/02 – O Aglomerado Estelar Globular NGC 2808 estará numa posição do céu que favorece sua observação;

15/02 – Conjunção entre Lua e Júpiter;

16/02 – Lua Crescente;

24/02 – Lua Cheia;

MARÇO

03/03 – Lua no Quarto Minguante / Ocultação de Antares pela Lua.

Eu preciso te lembrar que nesse caso, o fenômeno será visível do Brasil, porém já à luz do dia.

Se você for realizar a observação dessa ocultação, tome cuidado.

Como será dia, jamais olhe diretamente para o Sol.

Caso esteja protegido, mesmo assim, cuide-se. Se não tiver experiência com observação do céu, não tente realizar essa observação sozinho.

Busque sempre o apoio de alguém mais experiente que você nessa atividade.

Vamos voltar à programação?!

15/03 – Conjunção entre a Lua e As Plêiades;

17/03 – Lua Crescente;

20/03 – Equinócio de outono (Hemisfério Sul);

24/03 – Máxima Elongação de Mercúrio a Leste;

25/03 – Lua Cheia / Eclipse Lunar Penumbral;

A respeito dos Eclipses Lunares Penumbrais, sendo bem sincero, não recomendo o investimento do tempo de vocês.

Para descobrir a diferença de brilho entre uma noite de Lua Cheia qualquer e outra de Eclipse Penumbral, é necessário muito treino e muita técnica.

Se você for um deles, parabéns!

30/03 – A Lua vai ocultar, mais uma vez, a estrela Antares. Porém, infelizmente não será visível no Brasil.

Apenas quem estiver em uma faixa específica no meio do Oceano Pacífico poderá ter esse prazer.

E é assim que acaba o primeiro trimestre e eventos astronômicos de 2024. Dá pra fazer muita coisa, hein?!

ABRIL

01/04 – A Galáxia do Sombreiro (M 104) estará numa posição do céu que favorece sua observação; Ps.: Não é pegadinha de 1º de abril

02/04 – Lua Minguante;

04/04 – O Aglomerado Estelar Aberto Caixinha de Joias (NGC 4755) estará numa posição do céu que favorece sua observação;

06/04 – Conjunção entre Lua, Marte e Saturno;

07/04 – Conjunção entre Lua e Vênus;

08/04 – Lua Nova / Eclipse Solar Total (Será total na América do Norte e em parte dos oceanos Pacífico e Atlântico. Esse eclipse será parcial também em partes dessas regiões, além da América Central e numa pequena porção do norte da Europa;

10/04 – Conjunção entre Lua e Júpiter / Conjunção entre Marte e Saturno;

15/04 – Lua Crescente // A Galáxia Cata-vento do Sul (M 83) estará numa posição do céu que favorece sua observação;

17/04 – O Aglomerado Estelar Globular M 3 estará numa posição do céu que favorece sua observação;

22/04 – A Galáxia do Cata-vento (M 101) estará numa posição do céu que favorece sua observação;

23/04 – Lua Cheia;

MAIO

01/05 – Lua Minguante;

03/05 – Conjunção entre Lua e Saturno;

04/05 – Conjunção entre Lua e Marte;

09/05 – Maior elongação de Mercúrio na direção Oeste;

15/05 – Lua Crescente;

23/05 – Lua Cheia;

28/05 – O Aglomerado Estelar Globular M 4 estará numa posição do céu que favorece sua observação;

30/05 – Lua Minguante;

31/05 – Conjunção entre Lua e Saturno;

JUNHO

02/06 – Conjunção entre Lua e Marte;

06/06 – O Aglomerado Estelar Globular M 62 estará numa posição do céu que favorece sua observação;

14/06 – Lua Crescente;

16/06 – O Aglomerado Estelar Aberto da Borboleta (M 6) estará numa posição do céu que favorece sua observação;

20/06 – Solstício de Inverno / O Aglomerado Estelar Aberto do Ptolomeu (M 7) estará numa posição do céu que favorece sua observação;

21/06 – Lua Cheia;

22/06 – A Nebulosa da Lagoa (M 8) estará numa posição do céu que favorece sua observação;

27/06 – Conjunção entre Lua e Saturno;

28/06 – Lua Minguante;

29/06 – Saturno começa seu movimento retrógrado;

JULHO

01/07 – Conjunção entre Lua e Marte;

02/07 – Conjunção entre a Lua e as Plêiades (M 45);

03/07 – Conjunção entre a Lua e Júpiter;

05/07 – A Terra chega no seu ponto de órbita mais distante do Sol do ano.

13/07 – Lua Crescente;

21/07 – Lua Cheia;

22/07 – Mercúrio em sua máxima elongação na direção Leste;

24/07 – Conjunção entre a Lua e Saturno;

27/07 – Lua Minguante;

30/07 – Conjunção entre Lua, Marte e Júpiter;

AGOSTO

O mês de agosto tem um número menor de eventos astronômicos em comparação com os anteriores, no ano de 2024;

12/08 – Lua Crescente;

14/08 – Conjunção de Marte e Júpiter;

19/08 – Lua Cheia;

20/08 – Ocultação de Saturno pela Lua. Será visível em boa parte do Brasil;

21/08 – Conjunção entre Lua e Saturno;

26/08 – Lua Minguante;

27/08 – Conjunção entre Lua, Marte e Júpiter;

SETEMBRO

04/09 – Mercúrio na maior elongação Oeste;

08/09 – Saturno em Oposição;

11/09 – Lua Crescente;

17/09 – Lua Cheia / Conjunção entre Lua e Saturno / Eclipse Lunar Parcial;

22/09 – Equinócio de Primavera;

23/09 – Conjunção entre Lua e Júpiter;

24/09 – Lua Minguante;

25/09 – Conjunção entre Lua e Marte;

OUTUBRO

01/10 – A Galáxia de Andrômeda (M 31) estará numa posição do céu que favorece sua observação;

02/10 – Eclipse Solar Anular. Aqui no Brasil ele será visível apenas como um Eclipse Solar Parcial em algumas regiões.

04/10 – A Pequena Nuvem de Magalhães estará numa posição do céu que favorece sua observação;

05/10 – Conjunção entre Lua e Vênus;

09/10 – Júpiter começa seu movimento retrógrado;

10/10 – Lua Crescente;

14/10 – Conjunção entre Lua e Saturno / A Galáxia do Triângulo (M 33) estará numa posição do céu que favorece sua observação;

17/10 – Lua Cheia;

21/10 – Conjunção entre Lua e Júpiter;

23/10 – Conjunção entre Lua e Marte;

24/10 – Lua Minguante;

NOVEMBRO

04/11 – Conjunção entre Lua e Vênus;

09/11 – Lua Crescente;

10/11 – Conjunção entre Lua e Saturno;

15/11 – Saturno termina seu movimento retrógrado / Lua Cheia;

16/11 – Mercúrio na maior elongação na direção Leste;

17/11 – Conjunção entre a Lua e Júpiter;

20/11 – Conjunção entre Lua e Marte;

22/11 – Lua Minguante;

DEZEMBRO

04/12 – Conjunção entre Lua e Marte;

06/12 – Marte começa seu movimento retrógrado / Júpiter chega no seu ponto da órbita ao redor do Sol mais próximo da nossa Estrela-Mãe;

08/12 – Conjunção entre a Lua e Saturno / Lua Crescente;

12/12 – A Grande Nuvem de Magalhães estará numa posição do céu que favorece sua observação;

14/12 – Conjunção entre a Lua e Júpiter / A Nebulosa de Orion (M 42) estará numa posição do céu que favorece sua observação;

15/12 – Lua Cheia;

18/12 – Conjunção entre Lua e Marte;

21/12 – Solstício de Verão;

22/12 – Lua Minguante;

25/12 – Mercúrio em sua máxima elongação na direção Oeste;

31/12 – Fim de mais uma translação da Terra ao redor do Sol;

TEM MUITO MAIS AINDA

Eu trouxe esse material aqui porque achei muito bacana deixar uma página à disposição, mais do que um artigo em pdf que você pode baixar e perder onde colocou por falta de uso.

Vai bastar você vir aqui sempre que quiser escolher alguns alvos para olhar o céu.

Como você deve imaginar, muitos outros acontecimentos não estão registrados neste calendário que eu fiz.

Alguns deles por não serem visíveis ou apresentarem uma janela de visualização pequena pra o hemisfério sul, onde vivo e de onde eu escrevo.

Outros porque são muito tênues e exigiriam a posse de instrumentos mais poderosos, o que não é o meu propósito nesse artigo.

Eu vou explorar um pouco mais detalhadamente alguns destes eventos no meu Instagram: @fisicius.

Dá lá uma olhada.

Não vai faltar evento astronômico em 2024 pra você acompanhar!

Tem mais alguns textos no Blog Segundo de Arco, clique aqui pra ler todo o material.

REFERÊNCIAS

In-the_sky: Calendar; 2024 – URL: https://in-the-sky.org/newscal.php. Acesso em 13 jan 2024.

Time and Date; 2024 – URL: https://www.timeanddate.com/news/astronomy/. Acesso em 12 jan 2024.

Space.com; 2024 – URL: https://www.space.com/the-universe/solar-system. Acesso em 06 jan 2024.

O QUE SÃO BANCOS DE DADOS ASTRONÔMICOS

Existem diversos bancos de dados astronômicos, o que significa uma fonte de grandes oportunidades e desafios.

Diversos cientistas ao redor do mundo submetem novos dados todos os dias nestes bancos de dados.

O bacana é que a população civil de modo geral pode ter acesso gratuito a estas informações e utilizá-las para processamento.

Essa colaboração é importante porque aproxima a sociedade geral com a comunidade acadêmica e divulgar essa colab também faz com que as pessoas compreendam um pouco melhor como a Ciência funciona.

Neste artigo eu vou te mostrar como alguém vinculado à astronomia cidadã pode explorar e colaborar com banco de dados astronômicos.

Por que os bancos de dados astronômicos são importantes?

Vou começar valorizando a conexão entre academia e a sociedade.

Vivemos numa época em que as informações são repassadas muito facilmente.

Em outros tempos estávamos reféns das notícias em determinados horários do dia, nos quais comunicações de rádio e tv eram diariamente entregues.

Se você assistiu tv nos anos 90 certamente se lembrará da vinheta de plantão da Rede Globo com o pequeno vídeo de microfones ao redor de um globo, como se o orbitassem.

Essa vinheta interrompia qualquer programação que estivesse passando para uma tomada ao vivo sobre alguma notícia que não podia esperar o próximo telejornal.

Então, este era um sinal de que uma notícia bombástica estava pra chegar.

Hoje nós não sofremos mais desse mal. Temos informações de qualquer coisa a qualquer hora.

A internet promoveu isso e promoveu mundialmente.

Porém, um dos efeitos colaterais dessa divulgação absurda sobre tudo é que tem muita desinformação, muita fakenews.

Pessoas se aproveitam dessa sede que a sociedade de modo geral tem por receber cada vez mais informações em tempo real e publicam notícias pela metade ou até informações mentirosas.

E como era de se esperar, muitas informações de publicações científicas são levadas ao público leigo de maneira incorreta ou imprecisa.

Com isso, ao invés de ajudarem, os meios de comunicação que prezam por números em detrimento da qualidade de informação pioram essa bagunça.

O acesso a bancos de dados astronômicos dá a pessoas comuns a chance de verificar e divulgar informações científicas acertadas.

Isso também pode eventualmente aumentar a circulação de informações científicas corretas e melhorar a comunicação da Ciência pelo mundo.

CONHECIMENTO É PODER

Se você parar pra pensar um pouco, vai perceber que muita pseudociência tem tomado grandes proporções pela internet.

Tudo isso porque os defensores de pseudociências não entenderam bem como fazer ciência de verdade.

Por isso, preciso te lembrar não apenas do avanço da divulgação mas do conhecimento do universo a partir da astronomia.

A cada nova descoberta, a cada nova informação, surgem novos dados que colaboram diretamente para entendermos melhor sobre como o universo evoluiu e o que podemos esperar para o futuro.

E transpondo a barreira do conhecimento por si só, que já é suficiente para nos motivar a continuar nessa busca, um outro fator positivo é o desenvolvimento de aplicações destes conhecimentos.

Muitas coisas que nós utilizamos atualmente, inclusive que passam desapercebidas por nós, existem hoje por conta do avanço tecnológico gerado pelo buscar de um conhecimento até então sem aplicação prática.

A Teoria da Relatividade de Einstein, por exemplo, algo extremamente teórico para o período em que foi apresentada ao mundo, hoje permite que tenhamos precisão milimétrica na definição da posição de um ponto na superfície do planeta.

Engenheiros e técnicos nas áreas de agrimensura, edificações, mineração, militar, entre tantas outras, podem testificar da importância hoje de conseguirmos tanta precisão em tempo real nas definições de coordenadas.

Uma outra vantagem são as máquinas fotográficas desenvolvidas para armazenarem imagens astronômicas.

O estudo dos astros não foi exatamente a razão da criação dessas máquinas, porém o desenvolvimento da tecnologia usada neles têm suas razões oriundas da astronomia.

Desde que as técnicas de fotografia começaram a ser aplicadas na astronomia, no final do século XVII, as novidades não pararam de surgir.

Tanto é que hoje, muitos telefones celulares possuem câmeras fotográficas potentes, com inúmeros recursos de edição e alta resolução de imagem.

E o futuro promete ainda muito mais.

Como colaborar?

Os bancos de dados astronômicos estão espalhados e permeiam a internet.

Ou seja, não existe um único servidor onde você vai achar todos lá.

E também não existe apenas uma única linha de pesquisa.

É possível contribuir em áreas que vão do estudo de galáxias a exoplanetas. De asteroides às estrelas.

Tem para todos os gostos.

Para efetivar sua colaboração, você vai precisar provavelmente fazer um cadastro no site do programa, mas isso geralmente é facinho de fazer.

Bola lá.

AAVSO

A AAVSO (The American Association of Variable Star Observer) é, traduzindo, Associação Americana de Observadores de Estrelas Variáveis e já existe desde 1911.

No site oficial da AAVSO o usuário pode acessar materiais educativos, notícias e dados de outros observadores.

Lembrando, são dados pontuais ou curvas de luz de estrelas variáveis que vem sendo observadas desde a fundação da AAVSO.

Não adianta procurar dados sobre galáxias, sobre planetas ou asteroides, porque você não vai achar lá.

Esse site está neste artigo justamente porque é possível submeter dados de suas próprias observações.

E estou falando isso porque eu mesmo já fiz isso.

Em 2020 submeti minha primeira observação ao banco de dados da AAVSO, da estrela R Cen.

Confere lá, o meu código é o ACPA.

E tem várias maneiras para você contribuir. Você pode fazer observações com o olho nu, com binóculos, usando telescópios com e sem filtros e câmeras.

O site é bem intuitivo, bem facinho de usar. Vale a pena conferir.

ZOONIVERSE

Se no site da AAVSO a gente sabe claramente que está num ambiente com dados astronômicos de estrelas variáveis, no site oficial da Zooniverse, você tem a disposição uma variedade de tópicos, assuntos e dados.

Ou seja, já que estamos pensando em dados astronômicos, é necessário selecionar o tema de interesse, que neste caso são áreas ligadas à astronomia.

Também é necessário criar um login para colaborar com os projetos.

Nessa plataforma, você pode atuar em projetos de colaboração em áreas da botânica, biologia, linguagens, literatura, medicina, climas e muitos outros temas.

Então você precisa direcionar sua atenção focado no projeto que você deseja participar.

Não recomendo ir em vários. Escolha um e desenvolva um bom trabalho nele, para só depois ir para outro.

Na astronomia, você também vai ter um leque de projetos para colaborar, que envolvem as áreas de busca de asteroides, por exoplanetas, classificação de galáxias e muito mais.

Você mesmo precisa ir lá e verificar em qual projeto quer começar.

EXOSS

O EXOSS é, de acordo com o site oficial do projeto, “uma organização sem fins lucrativos que tem como finalidade o estudo de meteoros com metodologia científica: suas origens, natureza e caracterização de suas órbitas”.

Em outras palavras, o projeto EXOSS faz análises de meteoros para tentar categoriza-los e descreve-los.

Para isso, eles analisam vídeos de meteoros gravados em todo o hemisfério sul em busca de descobrir características como velocidade, localização e origem.

E o mais bacana disso tudo é que qualquer pessoa pode colaborar com esse projeto.

A EXOSS também tem um corpo técnico de astrônomos profissionais especialistas em meteoros, prontos para orientar voluntários e priorizar a acurácia dos resultados, de acordo com a própria equipe do projeto.

Funciona mais ou menos assim: o voluntário instala uma câmera dedicada ao monitoramento do céu, conectado um computador com características e softwares específicos.

Quando essa câmera detecta um meteoro, principalmente se for um meteoro atípico, os softwares rodam o vídeo para analisar aquele fenômeno.

Os especialistas também são acionados para verificar as imagens.

É realmente uma campanha conjunta, colaborativa, tanto para leigos quanto para especialistas.

O CÉU NÃO ESTÁ NEM PERTO DE SER O LIMITE

Existem ainda inúmeras vantagens em participar de projetos de bancos de dados astronômicos assim.

Podemos falar que a ligação entre cidadãos voluntários e astrônomos ou astrofísicos profissionais são mais do que necessárias.

São também possíveis. E reais.

Essa ligação representa justamente a comunicação necessária para transmitir a ciência para a sociedade de modo geral.

Além disso, de crianças a idosos, todos podem e devem colaborar.

E está aí outro grande valor da astronomia: a democratização do conhecimento.

É possível que pessoas das mais diversas idades e classes sociais contribuam ativamente para a evolução do conhecimento e o crescimento do armazenamento de dados astronômicos.

Também, como você pode ler, não é preciso ser um doutor em astrofísica para participar destes projetos.

Desde de que saiba ler e escrever, com empenho e boa vontade você já consegue fazer muita coisa.

E nem mencionei a ideia de pertencimento, tão presente em pessoas que são incluídas em projetos nos quais, num primeiro momento, não faziam ideia de como nem se era possível que colaborassem.

Faço aqui um expresso pedido que você procure algum destes projetos para participar e comece agora mesmo.

Posso te garantir que é um prazer gigante participar de projetos como estes.

Inclusive, conto uma dessas experiências que tive com a equipe do Observatório Astronômico da Universidade Estadual de Santa Cruz no meu artigo sobre a primeira viagem que fiz com eles.

Basta clicar aqui pra ler.

REFLITA

Você já deve ter percebido que os bancos de dados são lugares de armazenamento de dados.

Te mostrei aqui vários bancos de dados que qualquer cidadão comum pode colaborar.

Já te falei e vou repetir: Aproveite a oportunidade e faça bom proveito.

Colabore para o avanço do conhecimento que temos do cosmos.

Se você quiser aprender como atuar como um astrônomo cidadão em sua vizinhança, em bairro, em sua escola, baixe GRATUITAMENTE agora o meu ebook “Guia Definitivo para se Tornar uma Referência Local em Astronomia Cidadã”.

Grande abraço.

TELESCÓPIOS: COMPRAR OU FAZER?

Essa é uma dúvida cuja resposta correta parece simples. Se, entre comprar ou fazer um telescópio, você opta por comprar, faz como a maioria.

E isso está certo mesmo?

Vamos explorar um pouco esse tema neste artigo.

Eu, à frente, e mais dois amigos (Victor, à esquerda, e Vinícius, ao fundo) ao lado do Meade LX200 12 polegadas, um dos telescópios do Observatório Astronômico da UESC.

O VALOR DE UM TELESCÓPIO

O Telescópio é o instrumento astronômico mais famoso de todos. Disparado.

Tanto é que se eu perguntar por mais 5 outros instrumentos astronômicos é bem provável que você tenha dificuldades em dizer, ainda mais se for iniciante.

A primeira referência do uso de telescópio para fins astronômicos que temos é o Galileu Galilei.

Ele revolucionou a maneira como nós enxergamos o céu que nos envolve, descobrindo, entre outras coisas, as crateras na Lua, as 4 principais luas de Júpiter, determinou o período orbital delas ainda.

E muito mais.

Ele percebeu que não havia perfeição plena acima das nossas cabeças. Tudo era passível de mácula, de imperfeição.

Realmente rompeu um paradigma.

Hoje chamamos esse instrumento usado por Galileu de Telescópio Refrator, ou simplesmente Luneta.

Um objeto composto por duas lentes, dentro de um tubo.

Quando a lente objetiva é pequena, a construção desse telescópio é relativamente fácil.

Só pra esclarecer, lente objetiva é a que fica apontada para o objeto celeste.

Com o passar do tempo, um outro grande nome da ciência, Sir Isaac Newton, criou seu próprio modelo de telescópios, utilizando apenas espelhos.

O nome desse modelo de telescópio é Newtoniano e foi uma verdadeira revolução.

Seu sistema era e ainda é baseado em reflexão (espelhos), o que favorece a construção de telescópios maiores sem grandes problemas.

Hoje, muitos modelos de telescópios existem, para os mais variados fins.

Com eles, cientistas foram capazes de estudar, descobrir e publicar dissertações e teses que contribuíram bastante na maneira como a gente vê e compreende o universo.

Então afirmar que os telescópios tem valor inestimável está corretíssimo.

A pergunta que deve ser feita não tem a ver com o valor, tem a ver com o preço.

O PREÇO DE UM TELESCÓPIO

Aqui a conversa começa a tomar um rumo um pouco entristecedor porque, para a infelicidade de muitos, até o telescópio mais furreco vai custar algumas centenas de reais.

Isso já é o suficiente para deixar qualquer um com uma pulga atrás da orelha, visto que a média salarial no Brasil não permite um investimento assim tão facilmente.

Principalmente em regiões mais pobres.

Mas até as pessoas com rendas mais baixas, quando estão decididas o suficiente, investem na compra de um telescópio, geralmente na internet, sem nem pensar em construí-lo.

Quando essa conversa se trata de um refrator pequeno, está tranquilo.

O problema geralmente está associado a telescópios, tanto refletores quanto refratores, com mais potência que os iniciais, que são menores.

Mas vamos para a análise!

TELESCÓPIO: COMPRAR!!!

Vou te dar 3 vantagens de comprar um Telescópio.

Preste atenção:

1° – É prático

Ter em mãos um instrumento pronto te possibilita observar um objeto quase que imediatamente, a partir do momento em que ele é montado. Você não precisa se preocupar com ajustes ópticos ou de parafusos, visto que o aparelho já está lá. Não vai precisar fazer orçamento peça por peça e espera apenas o período de entrega. Isso é muito prático. Você estaciona o telescópio, aponta para o objeto e o observa.

2° – Possibilidade de adquirir um aparelho moderno

Comprar qualquer telescópio não garante acesso a tecnologias avançadas, porém existe a possibilidade de isso acontecer. Desembolsando alguns milhares de reais é possível adquirir um telescópio com localização automatizada dos alvos celestes.

Quem já utilizou um recurso chamado “GoTo” sabe da praticidade que é inserir os dados na coletora e aguardar o telescópio encontrar o objeto automaticamente.

Além disso, o sistema ótico desses instrumentos geralmente são de alta qualidade também.

3° – Não Precisa ter muito conhecimento técnico

Para operar um telescópio comprado, basta ter um pouco de cautela e entusiasmo.

Lendo o manual e tendo o apoio, mesmo que à distância, de alguém mais experiente, é possível explorar muito das potencialidades de um telescópio.

Não precisa saber detalhes das especificações eletrotécnicas dele para fazê-lo funcionar.

O básico já resolve.

TELESCÓPIO: FAZER!!!

Agora vou apontar 3 vantagens de Fazer um Telescópio:

1° – Custo Menor

Você vai gastar muito menos construindo do que comprando seu telescópio, desde que tenha as mesmas características, como mesma montagem, mesmo diâmetro de espelhos, mesma classificação, etc.

Considero esse um fator relevante quando alguém decide construir.

2° – Satisfação Pessoal Tende a ser Maior

Como existem vários passos para finalizar a construção de um telescópio, a pessoa se sente realizada ao ver o produto finalizado.

E quem já fez ou conhece alguém que fez sabe disso.

O entusiasmo é altíssimo e quem fez seu próprio telescópio faz questão de contar os passos, as curiosidades, o quanto que precisou desfazer e refazer a peça ou a estrutura.

Todo esse nível de satisfação constitui um bom argumento para você construir o seu próprio.

3° – Customização Particular

Todo artista costuma deixar sua assinatura em suas obras.

Seja na técnica de execução, seja numa rubrica, seja na combinação de cores, muitos artistas são identificados assim.

Quando alguém compra um telescópio, recebe um aparelho que foi construído numa linha de produção.

Isso significa que provavelmente vão existir centenas ou milhares de unidades iguais a ela.

Quando a pessoa faz seu próprio telescópio, tem a possibilidade de adicionar um adesivo, um desenho, uma arte que compõe originalmente a obra, fazendo-o único.

Com isso, o quê de exclusividade ganha mais um ponto, hein

Deixa eu ir Mais Fundo no Tema

Você mesmo vai precisar avaliar quais suas potencialidades e o que será mais vantajoso pra você.

Mas antes que você decida, veja esses pontos que podem ser importantes para sua tomada de decisão:

– Na hora de comprar:

É fundamental que você faça uma busca organizada. Você vai encontrar telescópios de vários preços, de vários fabricantes, nacionais e estrangeiros.

Crie uma lista com teto de preços para guiar sua busca.

Até porque isso é extremamente importante para você não viajar demais e procurar muito além do seu próprio teto de gastos.

Inclusive, seja honesto com você. Não se endivide demais por causa de um telescópio, hein.

Se mantenha fiel ao seu orçamento.

Em seguida, você deve avaliar quais são suas áreas de interesse com o telescópio.

Quer tirar astrofotos, quer fazer observação de céu profundo ou sua prioridade é o Sistema Solar?

Definir isso é fundamental para procurar algumas especificações que favorecem ou desfavorecem determinadas escolhas.

Se você já definiu seu orçamento e já sabe como pretende utilizar seu telescópio, agora é um bom momento para conversar com alguém mais experiente sobre suas escolhas.

Essa conversa pode funcionar como uma confirmação de seus desejos ou como um alerta da necessidade de reavaliação dos parâmetros que você utilizou nesse processo.

Você deve procurar uma loja que seja especializada ou revendedores nos quais você confie ou consiga um histórico de vendas.

Não recomendo utilizar grandes lojas que vendem tudo, mas se você realmente está com um orçamento extremamente limitado e tem um “especialista” à disposição, pode investigar a compra.

– Na hora de fazer:

Pra fazer o próprio telescópio você vai precisar de um conhecimento técnico mais apurado.

Conhecimento Técnico tanto dos materiais que você vai precisar utilizar quanto de óptica e de astronomia.

Vai ser necessário calcular pesos, distâncias, além de verificar ajustes de parafusos e de lentes ou espelhos.

Você vai precisar também de ferramentas para cortes de madeira ou pvc.

Em resumo, um kit de artesão.

Além de possuir esse Kit, ou pelo menos parte dele, você vai precisar de tempo disponível.

O tempo é indispensável porque quem quer fazer seu próprio telescópio, principalmente o primeiro, vai fazer um pouco mais devagar.

E mesmo quando há tempo disponível, nos primeiros telescópios pode ser normal você refazer algumas peças.

Isso significa que você vai precisar investir mais tempo e mais dinheiro por causa dessas falhas, caso existam.

E vai ser importante a comunicação com outros construtores de telescópio mais experientes.

Vale a pena buscar por vídeos, em fóruns e comunidades da internet alguns macetes, sugestões que podem facilitar o trabalho.

Afinal, Comprar ou Fazer um Telescópio?

Eu não posso te dar essa resposta exatamente. Mas posso fazer recomendações:

Se você tem pouco tempo livre, não tem muito manejo com ferramentas de marcenaria e serralheria, consegue juntar uma grana ou tem condições para dividir o valor do telescópio, parece ser mais válido comprar.

Se você tem mais liberdade de tempo, já tem o hábito de montar e desmontar peças de madeira e de metal, gosta de participar de projetos que tenham início e fim bem definidos, acho que vale mais a pena pra você construir seu próprio telescópio.

Preciso deixar claro aqui que isso são apenas recomendações.

A análise é particular.

Mas eu espero ter encurtado seu caminho nessa tomada de decisão.

Vou te deixar agora, duas Recomendações

A primeira é um Reel do Instagram no qual eu fiz um breve comentário sobre a diferença entre Telescópios Newtonianos e Telescópios Refratores.

Pra ver, basta clicar aqui.

A segunda é um texto aqui mesmo do meu blog, contando como foi a minha primeira viagem astronômica que fiz junto com a equipe do Observatório Astronômico da UESC.

Clique aqui pra ver como você pode utilizar essa minha experiência como um guia para sua próxima observação noturna em conjunto e descobrir um pouco de como foi esse momento tão marcante pra mim

ATINGIMOS UM ASTEROIDE! MISSÃO DART – NASA

“Um asteroide com potencial para extinção global e que estava em rota de colisão com a Terra, dentro de 6 meses, foi atingido por um artefato lançado para mudar seu caminho natural, alterou sua direção e graças a isso todas as formas de vida no planeta foram salvas dessa catástrofe global.”

A frase acima é falsa hoje, mas pode se tornar uma notícia verdadeira no futuro. Tudo isso graças a uma novidade que foi anunciada em setembro de 2022.

A Missão DART da NASA conseguiu realizar um objetivo gigante: Atingir e alterar a órbita de um asteroide no espaço.

Uma conquista histórica!

Figura 1: Colisão entre a DART e o Asteroide Dimorphos capturada pelo Hubble, à direita e pelo James Webb à esquerda. Fonte: Site Oficial da Missão DART

QUE HISTÓRIA DE COLISÃO COM ASTEROIDE É ESSA, CARA?

Não é de hoje que a humanidade reflete sobre a possibilidade de toda a vida na Terra se extinguir graças a uma colisão entre um grande objeto cósmico e o nosso Pálido Ponto Azul.

O fato é que isso sempre nos preocupou.

E o primeiro passo na direção ter essa preocupação a menos foi concluído em 26 de setembro de 2022, às 18h14min pelo horário de Brasília.

Agora, se você acha que o início se deu no mês passado (estou escrevendo esse artigo em outubro de 2022), você está muito enganado.

DE ONDE VEM O PROJETO?

A NASA, percebendo a importância de desenvolver um projeto voltado direta e unicamente para prevenir futuras colisões de corpos cósmicos com a Terra, criou o PDCO.

PDCO é a sigla em inglês para o Gabinete (ou Escritório) de Coordenação de Defesa Planetária da NASA.

É do PDCO a responsabilidade de planejar, desenvolver e executar a Missão DART.

A palavra “DART” também é uma sigla em inglês para o Teste de Redirecionamento de uma Dupla de Asteroides.

Ps: Essa é uma tradução livre, releve.

Em 2021, às 03h21min da madrugada de 21 de novembro, aconteceu o esperado lançamento da missão DART, levado ao espaço pelo famoso, e tão aclamado, Falcon 9, a partir da Base da Força Espacial Vandenberg, na Califórnia.

Figura 2: Imagem do lançamento da missão DART, sendo levado ao espaço pelo Falcon 9, em novembro de 2021, mais um grande projeto da NASA. Fonte: Site Oficial da Missão DART

Uma peça no quebra-cabeça

Falando em Falcon 9, impossível esquecer que bilionários como Jeff Bezos e Elon Musk investem em tecnologias aeroespaciais para turismo espacial.

Fiz um texto sobre turismo espacial, se quiser pode ler clicando aqui: “Turismo Espacial é uma Realidade”.

Está escancarada também a importância que o investimento em ciência e tecnologia podem gerar para tempos depois, de formas inimagináveis num primeiro momento.

Até a SpaceX surgir no mercado como uma alternativa no comércio aeroespacial, era inimaginável pensar na reutilização de foguetes.

Atualmente, esse projeto precursor no segmento de proteção à ameaças cósmicas desfrutou, inclusive financeiramente, do aluguel do Falcon 9.

O fato é que mesmo com essa nova modalidade turística em expansão, a preocupação com uma colisão cósmica sempre aparece.

Por essas e outras, não é difícil lembrar de uma notícia dessa aflorando na grande mídia.

Na maioria das vezes em que essas notícias emergem, se tratam de um baita clickbait. Quando a pessoa vai ler o texto, descobre que o impacto não passou nem perto de acontecer.

Passou longe por muito!

Várias produções cinematográficas como os filmes Impacto Profundo e Não Olhe Para Cima e a série Salvation trazem à tona a fragilidade da segurança espacial em relação a estas ameaças.

E infelizmente estamos realmente desprotegidos e despreparados para agir de maneira eficaz nessas circunstâncias tão extremas.

No filme Vingadores: Ultimato, uma frase dita pelo Tony Stark, interpretado pelo ator Robert Downey Jr, revela um pouco da nossa relação com ameaças cósmicas:

“Por isso somos Os Vingadores, né, e não Os Precavidos”

Tirei a frase do contexto do filme, mas ela se encaixa muito bem no papo que tenho com você agora, principalmente para mostrar que a preocupação com esse tipo de colisão precisa ser, antes de tudo, um ato de precaução, e não um ato de remediação.

Talvez não haja remédio capaz de curar feridas advindas dessas causas.

CARACTERIZANDO O ALVO

O alvo da missão é na verdade uma dupla de asteroides.

Essa dupla é composta por Didymos, um corpo celeste de 780m de diâmetro, e Dimorphos, a lua de Didymos, que tem cerca de 160m de diâmetro.

O maior é classificado como um asteroide rochoso do tipo S. Características típicas da maioria dos asteroides conhecidos atualmente.

Já o menor tem classificação desconhecida.

Pelo diâmetro e características da superfície apresentados em imagens e vídeos da colisão, é correto afirmar que Dimorphos poderia causar danos relativamente pequenos, embora não negligenciáveis, numa colisão hipotética com a Terra.

Recomendo muito que você veja esse vídeo aqui, que mostra a aproximação da DART ao asteroide impactado.

De acordo com os dados levantados antes do impacto, Dimorphos orbitava Didymos num período de 11h55min a uma distância média de 1,18km.

O sistema fez sua maior aproximação recente com a Terra entre os meses de setembro e outubro deste ano (2022), a uma distância aproximada de 10 MILHÕES de Km.

Se você não tem uma noção de distância dessas magnitudes, lembre-se de que a distância média entre a Terra e a Lua atualmente está em cerca 385 Mil Km.

Ou seja, estamos falando de uma distância quase que 26 vezes maior que a distância entre a Lua e nós!

Preciso te dizer que Didymos e Dimorphos não estão em rota de colisão com a Terra e este foi um dos fatores decisivos na hora de escolhê-los como alvo da missão.

Era preciso garantir que o experimento fosse feito o mais longe possível do nosso planeta, para que se algo desse errado, nenhuma consequência grave chegasse à Terra.

E também que o experimento acontecesse perto o suficiente para que detalhes fossem observados.

E QUE FIM TEVE ESSE ASTEROIDE?

Para sabermos avaliar como foi o fim, é preciso compararmos com os objetivos do começo.

Os objetivos da missão eram:

  • Atingir um asteroide em movimento no espaço;
  • Causar um ajuste de velocidade e órbita de Dymorphos, diminuindo o raio em pelo menos 1% e o tempo de órbita em 73 segundos;

Vale lembrar que o alvo vem sendo estudado desde o ano de 2003.

No começo, a NASA tinha isso no papel.

Em 2022, quase 20 anos depois, temos várias leituras, imagens e vídeos que atestam não apenas a colisão que foi programada, como também o ajuste de órbita causado.

De acordo com astrônomos envolvidos no projeto, o período orbital de Dymorphos ao redor de Didymos, diminuiu em aproximadamente 32min.

Como falei no bloco anterior, a órbita era de 11h55min.

Depois da colisão, a órbita passou a ser de 11h32min, de acordo com os cientistas.

Essa alteração foi cerca de 25 vezes maior do que a esperada.

Figura 3: Esquema que representa, sem escala, a diferença de órbita antes e depois do impacto da DART no asteroide Dimorphos. Fonte: Site Oficial da Missão DART

UM GRANDE VOO PARA A HUMANIDADE

Diante do sucesso do projeto, um novo horizonte na direção das ideias de proteção planetária se abre.

Figura 4: Um pequeno quadro de comparação entre a espaçonave da missão DART, alguns monumentos destacados no mundo e a dupla de asteroides. Fonte: Site Oficial da Missão DART

A humanidade já é capaz de monitorar, mirar e acertar um objeto de 160m de diâmetro a mais de 10.000.000 de Km de distância de nós!

O Centro de Estudos de Objetos Próximos da Terra, uma tradução em português para o que significa a sigla CNEOS, do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) – NASA, tem um site especializado em informar sobre asteroides e situação de aproximação.

Não demora muito pra perceber que os asteroides que mais oferecem riscos de colisão tem chances exageradamente baixas de realmente chegarem a um choque com a Terra.

Desafio você a clicar aqui e conferir.

Te garanto que esse foi apenas um pequeno episódio da saga de caça aos asteroides perigosos que temos pela frente.

Já aproveito aqui pra te dizer, que se você quiser se manter bem informado com conteúdo de qualidade sobre astronomia, astronáutica e afins, nos acompanhe em nossas redes sociais.

@fisicius

Facebook.com/segundodearco

Canal Segundo de Arco no Youtube

Aproveite!!!

5 Livros de Astronomia Para Ler até Dezembro

Passamos do meio de 2022 e eu te faço uma pergunta agora: Você leu algum dos diversos livros de astronomia neste ano?

Fonte: Pexels

Se a sua resposta for sim, tenho para você uma proposta neste artigo para uma leitura diferente.

Se a sua resposta for não, trago aqui sugestões 5 sugestões de livros de astronomia que podem salvar seu ano para as leituras astronômicas.

Qualquer pessoa pode ler esses livros e obter profundas lições sobre o universo, sem a necessidade de uma graduação em Física ou em qualquer área de Engenharia ou das Ciências da Natureza.

Então pode ficar à vontade e buscar sem grandes preocupações. São materiais de qualidade e que certamente contribuirão para você entender um pouco sobre como nosso cosmos funciona.

Essas sugestões, além da facilidade de leitura e compreensão, são consolidadas nacional e internacionalmente.

Por isso posso afirmar a garantia da qualidade deles.

UMA BREVE HISTÓRIA DO TEMPO

A minha primeira sugestão é um clássico mundial, escrito por um gênio do século XX, o Stephen Hawking.

O livro, cujo nome é um excelente resumo de seu conteúdo, conta um pouco da história do Universo.

O lançamento da 1ª edição inglesa deste livro foi um verdadeiro fenômeno.

Ele ficou entre os mais vendidos do Sunday Times durante 235 semanas. Caso não saiba, o Sunday Times o um renomado e clássico jornal do Reino Unido.

Já vendeu mais de 10 MILHÕES de exemplares em todo o mundo. Impossível não reconhecer a grandiosidade disso.

Fonte: Amazon

Contando uma história

Hawking começa falando das primeiras concepções da humanidade sobre os corpos celestes no céu, passa pela maneira como os povos helênicos interpretavam a natureza e chega até a comentar sobre como ele próprio construiu suas teorias sobre Buracos Negros.

Vale lembrar que uma teoria é um conhecimento cuja estrutura pode ser cientificamente comprovada.

Por favor não confunda com hipótese. Vou dar mais detalhes dessa diferença noutra oportunidade.

Inclusive, um grande amigo meu, o André Anderson, que faz iniciação Científica sobre Buracos Negros (BN’s) fez um texto sobre a relação dele próprio com os BN’s.

Leia o artigo aqui.

Voltando ao Hawking, nesse livro ele desenvolve o conteúdo de maneira tão fluente, que a sensação que eu tive quando o li pela primeira vez foi que eu estava realmente próximo dele quando ele escreveu.

Por várias vezes, Hawking dá uma pitada de graça ao livro, comentando sobre algo cômico dos casos históricos que ele mesmo conta.

Ele também faz algumas perguntas retóricas e comentários irônicos sobre a existência de Deus. Mas não de maneira leviana, é sempre uma colocação para a reflexão.

O livro, publicado pela Editora Intrínseca, tem capa comum, 256 páginas, está em português e tem 22,8 cm de altura, 16 cm de largura e 1,2 cm de profundidade.

É uma bela aquisição própria e funciona muito bem como um presente também.

Para mais informações clique aqui.

BURACOS NEGROS: PALESTRA DA BBC REITH LECTURES

Fonte: Amazon

A segunda recomendação da lista também é uma obra do Stephen Hawking.

Dessa vez, uma série de entrevistas dada por ele entre janeiro e fevereiro de 2016.

Uma coisa interessante é que as perguntas precisavam ser enviadas para ele com antecedência, para que tivesse tempo suficiente de responder o maior número possível delas.

A própria equipe do cientista pedia que as perguntas feitas a ele fossem sempre diretas, já que ele demorava a responder.

Não dava para jogar conversa fora com o Hawking, devido a sua doença degenerativa.

E mesmo com todo o destaque, na hora H, o veterano entrevistador David Shukman, diante de tamanha personalidade, não se conteve e perguntou:

– Como vai?

Hawking respondeu que estava bem, enquanto o entrevistador se remoía de culpa (palavras do próprio David).

No livro, Stephen conta um pouco de sua experiência como cientista.

Conta também das reações e sensações ao estudar buracos negros e da importância do estudo sobre eles.

Sempre divertido, Stephen Hawking fala entusiasmado sobre essas e outras de suas histórias.

O livro foi publicado em português no ano de 2016 pela Editora Intrínseca.

Buracos Negos: Palestra da BBC Reith Lectures contém 64 páginas, é bem agradável de ler.

Você pode ler por completo numa única tarde sem muito esforço.

Sua capa é comum, tem 20,6 cm de altura, 14 cm de largura e 0,4 cm de profundidade. Bem leve e pelo tamanho também é fácil de carregar.

Clique aqui para mais informações.

ASTRONOMIA E ASTROFÍSICA

Apresento agora um dos melhores livros de astronomia e astrofísica do Brasil.

Tenho um exemplar dele e digo com propriedade:

VALE A PENA DEMAIS!

De capa linda, o livro tem um conteúdo que também chama a atenção. Fonte: Amazon.

O Kepler de Souza Oliveira Filho e a Maria de Fátima Oliveira Saraiva escreveram este livro repleto de informação.

Embora seja pequeno, com 23,6 cm de altura e 16,2 cm de largura, tem 3,8 cm de profundidade.

O livro contém nada mais nada menos que 640 páginas!!!

Dentre essas páginas, os conteúdos de mais destaque estão concentrados nos tópicos relacionados à Astrofísica.

Os assuntos de astronomia são mostrados, mas de maneira mais resumida, sem muitos detalhes.

Astronomia, ok. E em relação à Astrofísica?!

Já em relação à Astrofísica, os autores exploram tanto questões conceituais quanto matemáticas.

Dá pra perceber então que é um livro com bastante equações.

Sendo assim, para uma pessoa que deseja começar do zero na astronomia e que não tem bom embasamento de Cálculo Diferencial e Integral, esse livro não é o mais recomendado.

Recomendo que você adquira um outro livro mais introdutório, com mais aprofundamento em astronomia básica.

Mas se você já consegue manusear operadores como de Integração e Derivação, seu lugar é aqui mesmo.

Alguns dos principais fenômenos físicos presentes no interior de estrelas, nas galáxias e em aglomerados, tanto estelares quanto de galáxias, são apresentados por equações.

Serve como livro introdutório para pesquisas em Iniciação Científica (IC), por exemplo.

Um dos meus amigos pegou meu exemplar deste livro emprestado, por sugestão de seu orientador.

O objetivo de sua IC, em resumo, é a determinação do percentual de elementos químicos em algumas estrelas específicas através do uso da espectroscopia.

Espectroscopia é um assunto explorado neste livro.

A 4ª edição, publicada em 1º de janeiro de 2017 pela editora Livraria da Física também tem capa dura e suas avaliações chegam à marca de 4,7 estrelas de média em um teto de 5,0 estrelas. Uma excelente pontuação.

Ou seja, é um livro que satisfaz as exigências e expectativas do público que o lê.

Clicando aqui você terá mais detalhes deste livro.

ASTROBIOLOGIA: UMA CIÊNCIA EMERGENTE

Eu já mencionei neste texto várias vezes as palavras Astronomia e Astrofísica, mas uma outra que talvez não seja tão comum a você seja “Astrobiologia”. Dessa vez não é um livro de Astronomia.

Sabendo que essa terceira palavra destacada não é tão conhecida como as duas primeiras, é necessário preencher um grande vazio de audiência nessa área.

A partir daí já é possível ver a relevância e a necessidade de um material de boa qualidade para falar sobre o tema.

Uma fonte introdutória à Astrobiologia muito interessante Fonte: Pinterest

O título já destaca isso.

Fala de como essa área de pesquisa cresce continuamente nos últimos anos.

Isso porque desde 1995 sabe-se da descoberta do primeiro exoplaneta que orbita uma outra estrela na sequência principal, pelos cientistas Michel Mayor e Didier Queloz.

Depois disso, a possibilidade da existência de outros seres vivos no universo ganhou um novo capítulo e as buscas desde então vêm sendo priorizadas por grupos de pesquisa ao redor do mundo.

E qual é a novidade?

A astrobiologia visa estudar, numa maneira bem simplória de explicar, aspectos em corpos fora do planeta Terra que possam ser parecidas com as condições favoráveis à vida aqui no Pálido Ponto Azul.

Dada a relevância do assunto, é claro o crescimento das pesquisas voltadas a entender melhor a atmosfera e as posições relativas de luas, planetas e exoplanetas em relação às suas estrelas-mães.

Sua 1ª edição data de 1º de janeiro de 2019 e sua publicação, Editora Livraria da Física.

O livro tem capa comum e 338 páginas.

A linguagem do livro é otimizada através do uso de tabelas, gráficos e figuras que interagem diretamente com os textos. Muito bacana.

Esse é um ótimo livro introdutório ao assunto.

Se você quiser ver mais informações, basta clicar aqui.

MANUAL DO ASTRÔNOMO: UMA INTRODUÇÃO À ASTRONOMIA OBSERVACIONAL E À CONSTRUÇÃO DE TELESCÓPIOS

Capa do livro. Um dos livros sobre práticas astronômicas básicas mais lidos do Brasil. Fonte: Amazon.

O último livro astronômico dessa pequena lista é um livro extraordinário.

Este livro é completo, considerando a obra como um guia para quem quer aprender sobre as práticas de um astrônomo. Mais especificamente, a astronomia amadora – atualmente chamada de Astronomia Cidadã.

Para muitas pessoas, as práticas de observação do céu exigem um conhecimento teórico extenso.

Muita gente também pensa que o custo para isso é alto demais e que poucas pessoas terão acesso, se resumindo a assistir filmes, desenhos e documentários sobre o universo.

Aqui, o autor Ronaldo Rogério de Freitas Mourão dá informações sobre como observar o céu e até como construir instrumentos para isso.

Ronaldo Mourão começa o livro tratando da observação do céu a olho nu, por meio da identificação de estrelas, planetas e constelações.

Há destaque para instrumentos de observação e sobre a observação dos corpos do Sistema Solar com mais detalhes.

Mourão ainda menciona a observação de galáxias, de outros objetos do céu profundo e a construção de um observatório, além de calendários de eventos astronômicos, endereços que podem ser úteis para leitor, entre outras coisas.

Recursos práticos

O livro contém ainda várias figuras e tabelas que ajudam o leitor a entender o que está escrito.

É um material rico em detalhes e que é de leitura acessível a todos.

Recomendo demais. O Mourão é o grande escritor de astronomia no Brasil.

Ler seu material é quase que uma obrigação moral de um amante brasileiro da astronomia.

Faça um favor a você mesmo, clique aqui e veja mais detalhes dessa obra.

Para além das Ciências

Ler é uma dádiva.

A oportunidade de ler e aprender sobre o cosmos é uma dádiva com booster, uma bonificação extra.

Aqui eu trouxe para você 5 títulos de referência.

Estes livros não são os únicos.

Existem muitos outros livros muito bons sobre o tema e que eu posso fazer uma outra lista em breve.

Quis trazer informações que fossem relevantes e que motivassem a busca.

Você tem alguma outra sugestão? Qual ou quais livros você adicionaria nessa lista?

Escreve aqui abaixo.

Já leu os outros artigos do blog? Não perca tempo. Te vejo no próximo texto.

OS BURACOS NEGROS E EU

A minha paixão por Astronomia, muito antes que pelos buracos negros, remonta desde minhas primeiras lembranças.

Quando eu tinha entre 4 a 7 anos o desejo de ser Astronauta e ir a Lua já estava presente. 

Essa vontade de ser Astronauta se transferiu para Astronomia quando completei 8 anos.

Em uma noite de agosto, no ano de 2007, vi meu primeiro eclipse lunar. Aquilo me encantou de tal forma que fiquei em um estado de choque, perguntava a todos na casa da minha avó o que seria aquilo, e só descobri o que era alguns anos depois. 

A série Cosmos, com Carl Sagan, alimentava ainda mais esse amor pela Astronomia.

Mas foi quando o grande Carl Sagan me apresentou os objetos chamados de Buracos Negros (BN) que eu realmente encontrei o que me faria ter a vontade de dedicar a minha vida aquilo.

Foi amor à primeira vista.

Figura 1 – Uma foto do Carl Sagan na The Planetary Society.
Figura 2 – Primeira “foto” de um buraco negro (na realidade do seu horizonte de eventos) tirada pelo projeto EHT – Event Horizon Telescope (Telescópio de Horizonte de Eventos, em tradução direta).

Primeiros anos de relacionamento

Cada ano que se passava mais material sobre BN’s eu consumia, eram documentários, artigos na internet, vídeos de divulgação (na época visto em orkut/facebook), etc.

Existiu um período que eu não dormia direito.

Ficava até altas horas da madrugada lendo conteúdo sobre BN, aponto da minha mãe ficar preocupada comigo.

Olha que não estou nem contando as aventuras de ficar na madrugada observando o céu no meio da rua hahaha.

Quando eu estava no auge da puberdade eu achava que sabia tudo que tinha para saber sobre BN’s, dado o tanto de material que já havia consumido. Coitado de mim, era um adolescente ingênuo. 

Até que um dia eu li sobre a singularidade de BN’s, um ponto onde a densidade vai ao infinito e a Física conhecida não funciona.

Naquela época, entre meus 14-15 anos, eu tracei um objetivo para minha vida: “Irei desenvolver uma teoria para explicar o que é e o que acontece na singularidade de BN’s”.

Esse objetivo moveu e move 99,99% das minhas escolhas profissionais até os dias atuais, entrei no curso de Física com o objetivo de alcançar o feito de poder usar essa afirmação.

Figura 3 – André Anderson. Fonte: Autor.

Aos que já estiveram em um relacionamento, sabem que no início, geralmente, a animação é enorme.

Há um desejo de explorar todas as oportunidades que aquela união pode te oferecer para conquistar os objetivos vivendo como uma família.

Assim foram minhas primeiras semanas no curso de Física, extremamente animado em desenvolver minha Teoria que explicasse a singularidade.

Eu tinha ciência que isso não aconteceria rapidamente, mas não achava que levaria anos de casado com a Física para gerar esse filho…

Vida de casado

Completados 2 semestres de casamento com o curso de Física fui procurar um orientador para me guiar rumo a conquista da minha Teoria, conseguir minha primeira iniciação científica (IC).

A cada estudo e resultado alcançado mais longe me sentia da geração do meu filho, isso porque a Física é complicada.

Buracos Negros são complicados e somente agora, após 2 anos de trabalho na IC, que começo de fato a trabalhar com BN’s, para assim começar o processo de geração do meu filho.

Assim como o casamento “normal”, o relacionamento com a Física, em especial com BN’s, exige muita paciência e sabedoria em como construir o caminho ideal para ter bons frutos.

Hoje após 14 anos, desde que vi a primeira vez o termo BN, começo a ter a mínima noção desses objetos, ou seja, vida de casado não é fácil, pessoal.

E viveram felizes para sempre?

Essa relação ainda não chegou ao fim, ou a geração do filho, para saber se vivemos felizes para sempre. Mas atualmente toda minha percepção de como alcançar o objetivo que tracei há alguns anos atrás mudou.

Hoje tenho total noção do porquê até os dias atuais a singularidade não ter soluções aceitas que a explique, porém os passos para que eu possa alcançar uma explicação já se iniciaram.

Estou indo para meu terceiro ano de trabalho envolvendo gravitação.

Agora irei estudar Buracos Negros considerando apenas massa, massa + rotação, massa + carga elétrica e massa + rotação + carga elétrica.

Não irei estudar exatamente esses objetos em si, mas irei analisar os efeitos da curvatura causada pelos buracos negros no espaço-tempo.

A explicação para como irei fazer isso fica para um futuro texto.

Para aqueles que como eu compartilham de sonhos envolvendo a formulação de teorias “mirabolantes”, não se desanimem. O caminho é longo e pode ser extremamente difícil chegar ao objetivo, podendo sequer chegar lá.

Mas assim como todo relacionamento envolve paciência, amor, respeito e persistência para ser bom, com a Física não seria diferente, ainda mais envolvendo objetos de uma tamanha complexidade. 

Lembre-se que caminhar um pouquinho todos os dias se torna uma longa distância ao longo do tempo, persista e nunca desista dos seus sonhos.

Autoria: André Anderson

Revisão: Vinícius Araujo

Figuras

Figura 1: The Planetary society. Wikipedia. Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Carl_Sagan#/media/Ficheiro:Carl_Sagan_Planetary_Society.JPG>. Acesso em: 28 out. 2021.

Figura 2: EHT Collaboration. ESO. Disponível em: <https://www.eso.org/public/brazil/images/eso1907a/>. Acesso em: 28 out. 2021.

COMO ENCONTRAR UM EXOPLANETA

Nossa primeira sequência de conversas sobre exoplanetas está chegando ao final e agora eu queria mostrar pra você como encontrar um exoplaneta.

Este texto tem conexão direta com uma publicação que eu fiz no meu Instagram

Lá eu mencionei quatro métodos principais de detecção de exoplanetas, mas aqui neste texto eu decidi fazer mais e te mostrar um quinto mais popular, que é a astrometria.

Inclusive, se você veio direto do Instagram eu recomendo que você, depois de terminar este texto, leia também Exoplanetas: do Passado ao Presente e Os Exoplanetas São Todos Iguais? 

5 RECEITAS

5 Receitas

Vou contar agora quais são as 5 maneiras principais de encontrar um exoplaneta.

Trânsito Planetário

Em 11 de novembro de 2019 aconteceu um evento muito interessante: o mais recente trânsito de Mercúrio.¹

Figura 1: Imagem do trânsito de Mercúrio. O grande círculo amarelo é o Sol e o ponto preto é o planeta Mercúrio cruzando a nossa linha de visada do Sol. Fonte: Mundo Escola.

Mercúrio, assim como Vênus, é um planeta interno, ou seja, é um planeta que está orbitando o Sol numa trajetória elíptica menor que a feita pelo planeta Terra, o que eventualmente, pela nossa perspectiva, faz com que eles cruzem a nossa linha de visada para o Sol.

Esse cruzamento na linha de visada acontece com a Lua também na fase de Lua Nova.

Como ela está bem próxima de nós, percebemos esses trânsitos de maneira muito mais evidente e os chamamos de eclipses solares totais ou parciais.

Figura 2: Concepção artística de como o eclipse solar total do dia 02 de julho de 2019 seria visto do Observatório La Silla, do ESO, que fica no Chile, caso não houvesse nuvens no momento do fenômeno. Fonte: ESO 

Falando agora dos exoplanetas, quando um deles cruza a linha de visada que um observador tem de uma estrela qualquer, é possível detecta-lo.

Vídeo 1: Esquema que mostra o trânsito planetário de uma estrela qualquer. É possível ver no canto inferior esquerdo um gráfico de luz (eixo “y”) em função do tempo (eixo “x”). Note que quando o planeta cruza a linha de visada da estrela, seu brilho sofre uma queda, como se estivesse parcialmente apagada, que só retorna ao normal passado o período do trânsito, quando o planeta sai da linha de visada.  Fonte: NASA. 

E como isso funciona?

O trânsito faz com que a luz da estrela seja obstruída periódica e parcialmente; então o observador nota a diminuição de brilho quando um gráfico que mostra curva de luz dela é avaliado.

Quando o trânsito ocorre, parte da luz da estrela cruza a atmosfera e é possível determinar parte da composição atmosférica do planeta.

Se a curva de luz da estrela se mantém por muito tempo abaixo da linha de brilho natural, significa que o planeta fica mais tempo cruzando a linha de visada, ou seja, tem uma órbita distante da estrela.

Quando essa variação tem curta duração, significa que o planeta tem uma órbita mais próxima à sua estrela mãe.²

Vídeo 2: Nesta animação é possível notar que quanto maior for o exoplaneta no trânsito, maior será a quantidade de luz bloqueada da estrela.  Fonte: NASA. 

Quando existe mais de um planeta orbitando a estrela observada, então a curva de luz apresenta mais de uma redução de luz periódica.

Vídeo 3: Aqui é possível ver o comportamento do gráfico de luz em função do tempo quando há mais de um exoplaneta na linha de visada orbitando a estrela observada. Fonte: NASA. 

Velocidade Radial

VELOCIDADE RADIAL

O método de velocidade radial é um método bem sucedido para encontrar exoplanetas e é bem utilizado para a confirmação de detecções realizadas de outras formas.

As descobertas mediante a velocidade radial se dão porque as estrelas fazem um movimento semelhante a um bamboleio.

Esse bamboleio é causado pela influência gravitacional que os planetas tem sobre as estrelas.

Enquanto a estrela bamboleia, mesmo que de maneira muito suave, ela acaba fazendo um movimento de afastamento e aproximação de nós.

Quando uma fonte emissora de ondas, sejam elas mecânicas ou eletromagnéticas, se movimenta em relação ao observador, as ondas que a fonte emite chegam ao observador com uma frequência diferente.

Quando a variação de frequência está relacionada com o movimento, é chamada de Efeito Doppler.³


Figura 3: Neste giff está representado como que as cores se relacionam com a variação da frequência em ondas eletromagnéticas. Quando a frequência é mais baixa, o tom tende a ser avermelhado. Quando a frequência é mais alta, o tom tende a ser azulado. Fonte: NASA

Som e Luz

Para o som, o Efeito Doppler é facilmente percebido quando uma ambulância com a sirene ligada se aproxima de nós, passa por nós e depois se afasta de nós.

À medida que a ambulância se aproxima o som vai ficando mais agudo, porque a frequência da chegada de ondas sonoras aumenta.

E quanto mais se afasta, vai ficando mais grave, porque a frequência da chegada das ondas sonoras diminui.

Com as ondas eletromagnéticas, o comportamento das frequências é um pouco diferente: Elas não precisam de meio para se propagar.

Avaliando a luz que chega da estrela, quando a estrela se afasta a frequência diminui e o espectro dela apresenta um desvio avermelhado.

É o redshift.

Quando a estrela se aproxima do observador, a frequência aumenta e o espectro dela tende a apresentar um desvio para o azul.

É o blueshitf.4

Vídeo 4: Nesta animação está representado DE MANEIRA EXAGERADA o que acontece no sistema planetário para que seja possível a detecção de um exoplaneta através do método de velocidade radial. Fonte: NASA.

Imageamento Direto

Olhar diretamente para o Sol é um crime à visão.

Olhar diretamente para o Sol é um crime à visão.

Para que olhemos de maneira correta para o Sol, é preciso fazer isso utilizando instrumentos adequados e bem rapidamente.

Não podemos olhar para o sol com óculos escuros, muito menos com lentes ou telescópios, sob o risco de cegueira definitiva.

Em plena luz do dia, é muito difícil ver alguma coisa além da atmosfera, porque a luz do sol ilumina nosso céu de um jeito tão dominante que é difícil percebermos a luz de outra coisa além da dele.

Quando os eclipses solares totais acontecem, a luz solar fica bloqueada de chegar em algumas regiões da superfície da Terra e algumas estrelas ou planetas podem ser observados mais facilmente.

Bloquear ou não a luz solar que está chegando no nosso planeta faz toda a diferença na interação da vida na Terra e no que conseguimos enxergar no céu.

Quer um exemplo?

Considerando um período de 24h sem nenhuma nuvem no céu, quantas estrelas você enxergará durante o dia e quantas você verá à noite?

Mudando um pouco do foco da conversa agora, os planetas não emitem luz visível própria, mas refletem a luz de sua estrela mãe.

Levando em consideração a grande distância entre nós e as estrelas que vemos no céu, para ver diretamente os exoplanetas é preciso eclipsar as estrelas.

Vídeo 5: Nesta animação está representado o que é necessário fazer para que seja possível a detecção de um exoplaneta através do Imageamento Direto. Fonte: NASA

Ou seja, é preciso tapar a estrela para que seja possível ver um exoplaneta, dessa maneira, em sua órbita.

Essa técnica de Imageamento Direto é pouco explorada ainda para este objetivo e há quem espere que ela se torne uma ferramenta muito utilizada para encontrar e caracterizar os planetas extra solares.

Microlentes Gravitacionais

MICROLENTES GRAVITACIONAIS

Desde que Newton descreveu como a aceleração da gravidade funciona uma outra pergunta gritante surgiu: O que a gravidade é, afinal?

No começo dos estudos escolares da Mecânica, seja no ensino médio ou até antes, somos ensinados que a aceleração da gravidade é uma força.

Uma solução para a pergunta que fiz 2 parágrafos atrás foi dada pelo físico alemão Albert Einstein, ao afirmar que a gravidade é na verdade uma alteração física no tecido do espaço-tempo.5

De um jeito bem sucinto, um corpo massivo altera a estrutura do espaço-tempo de tal maneira que é capaz de alterar a direção da luz.

Vídeo 6: Representação gráfica do que acontece no espaço-tempo no momento em que uma Microlente Gravitacional é detectada de um observador da Terra, representada pelo pontinho azul no centro inferior do vídeo. Fonte: NASA

Quando um corpo massivo, uma estrela ou um exoplaneta, cruza a linha de visada entre o observador e uma outra estrela, o brilho da estrela de fundo aumenta abruptamente e de maneira bem repentina.

De acordo com os picos da curva de luz é possível saber algumas características físicas do objeto que cruzou a linha de visada e descobrir se é um exoplaneta ou não.

Uma característica desse método é que não precisa esperar os períodos de translação.

Isso significa que basta que a linha de visada seja cruzada uma única vez para que seja possível encontrar um exoplaneta.

Astrometria

ASTROMETRIA

O método que faz as “medidas dos astros” compara a posição no céu de uma estrela em relação a algumas outras próximas a ela.

Seu efeito se assemelha ao que é avaliado no método de velocidade radial, só que a variação é comparada com outras estrelas.

Vídeo 7: Este vídeo apresenta a variação da posição de uma estrela em relação a algumas estrelas próximas e a relação desse movimento com a presença de um exoplaneta ao redor dela. Fonte: NASA

Há um problema em utilizar telescópios terrestres neste método porque a turbulência atmosférica causa o desvio da luz que chega das estrelas.

A correção é feita por uma técnica chamada de ótica adaptativa, presente em grandes telescópios, mas a maioria dos telescópios instalados não estão equipados com essa ferramenta.

Pra que tudo isso?

Talvez você esteja se perguntando sobre a razão de procurarmos exoplanetas, já que não temos como pessoalmente chegarmos lá, nem agora nem num futuro próximo.

E talvez também você se faça essa mesma pergunta para várias outras pesquisas que estão classificadas na grande área das Ciências da Natureza.

Respondendo apenas em relação à busca pelos exoplanetas, todo o avanço das máquinas fotográficas e filmadoras se deram graças à busca pelo melhor entendimento do céu.

A medida que a necessidade de ver melhor o céu à nossa volta aumentava, crescia também a produção de aparelhos e instrumentos que faziam registros do céu de maneira mais nítida, com o intuito de suprir essas necessidades dos astrônomos.

E essa evolução acabou se refletindo também em aparelhos para registros de momentos marcantes na vida das pessoas.

Essa reflexão invadiu tanto o cotidiano das pessoas que hoje vivemos uma vida cercada de fotografias de paisagens naturais, de obras construídas, das pessoas famosas e de gente comum.

Hoje quase todo mundo tem um celular com câmera. 

Se hoje temos câmeras fotográficas de alta performance instaladas em celulares, e se temos webcans já plugadas em nossos computadores e laptops, é porque em algum momento a astronomia impulsionou, a duros custos, a produção destes instrumentos.

O que precisamos fazer, afinal?

Fomente pesquisas em Ciências e Tecnologia.

Apoie pesquisas em Ciências e Tecnologia.

Apoie pesquisas em Astronomia.

Sempre que olhamos o universo afora, aprendemos um pouco mais sobre o que existe dentro de nós mesmos. 

Referências

REFERÊNCIAS

1.  (INPE), I. N. DE P. E. TRÂNSITO DE MERCÚRIO. Disponível em: <http://www.inpe.br/transito-mercurio/>. Acesso em: 18 out. 2021. 

2. NASA. TRANSIT METHOD – SINGLE PLANET. Disponível em: <https://exoplanets.nasa.gov/alien-worlds/ways-to-find-a-planet/#/2>. Acesso em: 18 out. 2021.

3. HALLIDAY, DAVID; RESNICK, ROBERT; WALKER, J. FUNDAMENTOS DA FÍSICA – VOLUME II – GRAVITAÇÃO, ONDAS E TERMODINÂMICA. 9a ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Editora LTDA, 2012. 

4. SCHNEIDER, P. EXTRAGALACTIC ASTRONOMY AND COSMOLOGY – AN INTRODUCTION. 2a ed. Bonn, Alemanha: SPRINGER, 2014.

5. NASA. GRAVITATIONAL MICROLENSING. Disponível em: <https://exoplanets.nasa.gov/alien-worlds/ways-to-find-a-planet/#/4>. Acesso em: 18 out. 2021.

Figuras

FIGURAS

1. EDUCAÇÃO, M. TRÂNSITO DE MERCÚRIO. Disponível em: <https://mundoeducacao.uol.com.br/fisica/transito-venus-mercurio.htm>. Acesso em: 18 out. 2021. 

2. M. DRUCKMÜLLER, P. ANIOL, K. DELCOURTE, P. HORÁLEK, L. C. / E. IMPRESSÃO ARTÍSTICA / ECLIPSE TOTAL 2019. Disponível em: <https://www.eso.org/public/images/eso1822a/>. Acesso em: 18 out. 2021. 

3. NASA. RADIAL VELOCITY. Disponível em: <https://exoplanets.nasa.gov/alien-worlds/ways-to-find-a-planet/#/1>. Acesso em: 18 out. 2021.

Vídeos

1. NASA. TRANSIT METHOD – SINGLE PLANET. Disponível em: <https://exoplanets.nasa.gov/alien-worlds/ways-to-find-a-planet/#/2>. Acesso em: 18 out. 2021.

2. NASA. TRANSIT METHOD – DIFFERENT PLANET SIZES. Disponível em: <https://exoplanets.nasa.gov/alien-worlds/ways-to-find-a-planet/#/2>. Acesso em: 18 out. 2021.

3. NASA. TRANSIT METHOD – MULTIPLE PLANETS. Disponível em: <https://exoplanets.nasa.gov/alien-worlds/ways-to-find-a-planet/#/2>. Acesso em: 18 out. 2021

4. NASA. RADIAL VELOCITY. Disponível em: <https://exoplanets.nasa.gov/alien-worlds/ways-to-find-a-planet/#/1>. Acesso em: 18 out. 2021.

5. NASA. DIRECT IMAGING. Disponível em: <https://exoplanets.nasa.gov/alien-worlds/ways-to-find-a-planet/#/3>. Acesso em: 18 out. 2021.

6. NASA. GRAVITATIONAL MICROLENSING. Disponível em: <https://exoplanets.nasa.gov/alien-worlds/ways-to-find-a-planet/#/4>. Acesso em: 18 out. 2021.

7. NASA. ASTROMETRY. Disponível em: <https://exoplanets.nasa.gov/alien-worlds/ways-to-find-a-planet/#/4>. Acesso em: 18 out. 2021.

O PRIMEIRO PASSEIO A GENTE NUNCA ESQUECE

Você tem o hábito de observar o céu noturno?

“Saturno tem anéis mesmo!”

No dia 13 de agosto de 2021 aconteceu meu primeiro passeio como parte da equipe do Observatório Astronômico (OAU) da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC). Foi na Queima Cultural dos Homens de Barro no sítio Cores da Terra, em Ibirataia, uma cidadezinha no sul da Bahia, com pouco menos de 15.000 habitantes.

Eu participei juntamente com a Larissa Santos e a Carol Thiara como representantes do OAU no evento. Foi a minha primeira viagem como representante da equipe do OAU.

No fim do ano de 2019 eu participei do “Céu na Praça”, na cidade de Ilhéus. Eu nem considero como uma viagem, já que moro em Itabuna, que fica a 30km dela e frequentemente eu passo por lá.

Preparação Para a Noite

Foi uma noite muito fria, estávamos todos bem agasalhados e a partir das 21h começamos a receber os primeiros curiosos da noite. 

Eu fui responsável pela observação do céu, a Larissa estava lá para apresentar o Sarau das Copas, uma das atividades apresentadas pelo OAU e a Carol estava lá como quebra-galho, pra fazer um pouco de tudo e fazer capturas de momentos com a máquina fotográfica. 

Além da ponteira laser, eu levei também um Maksutov Cassegrain Orion, com a lente objetiva de 127mm, distância focal de 1540mm e razão focal F12, além de uma montagem equatorial EQ3 com o tripé. E nem estou contando com o peso da minha mochila.

Ou seja, estava uma carga muito pesada. 

Cheguei no local do evento, sítio muito bem cuidado e muito bonito, por sinal, e começamos a montar o acampamento.

Recebemos pessoas de várias idades; primeiramente apareceram jovens, em seguida pessoas adultas, geralmente casais com seus filhos, e por último vieram idoso. E nem tínhamos separado por faixa etária.

Era nítida como as pessoas que chegavam sabiam, mesmo que pouca coisa, sobre ciências, física e sobre astronomia, o que me espantou. 

Muitos sabiam diferenciar planetas, como Júpiter de Saturno, Marte de Vênus, com características acertadas. 

Expectativa versus Realidade

O roteiro dessa primeira visita era o seguinte:

  1. Fazia uma breve apresentação do céu, mostrando a constelação do Escorpião que estava bem acima das nossas cabeças, o que eu chamo de “estar de peito aberto”, o Cruzeiro do Sul um pouco baixo no céu e descendo, além dos planetas Júpiter e Saturno e a destacada Via-Láctea, da qual tínhamos uma bela visão naquele espaço escuro do sítio;
  2. Logo em seguida eu fazia uma introdução à observação das luas de Júpiter que Galileu Galilei fez em 1609, descobrindo as que chamamos hoje de as 4 Luas Galileanas: Io, Calisto, Ganimedes e Europa;
  3. Fazíamos a observação de Júpiter e essas luas. Uma coisa interessante foi perceber que havia um movimento, mesmo durante apenas uma noite, das Luas Galileanas. No começo da noite eu conseguia ver apenas 3 delas. Foi muito legal ver que uma dupla de garotas fizeram observação pelo telescópio no início da noite e no fim da observação e elas que no começo só tinham visto 2, antes de irem embora conseguiram ver as 4, o que pra mim foi muito legal;
  4. Por último eu apontava o telescópio para Saturno, o que acabava se tornando o ponto alto da visita. 

No momento em que as pessoas faziam a observação, eu perguntava pra elas o que viam, e a resposta se dividia em dois grupos: Os que respondiam que perceberam os anéis e ficavam admirados e os que ficavam claramente frustrados por não conseguirem identificar bem o que viam ou não conseguiam separar os anéis do planeta.

Para ambas as respostas eu tinha um Plano B, que era justamente trocar a ocular de 20mm e colocar uma de 8mm, que faz com que o campo de visão diminuísse, mas a aproximação aumentasse, aumentando também a imagem do objeto observado. 

Uma virada de jogo

Nesse momento, meus amigos, tanto as pessoas do primeiro grupo de respostas, quanto do segundo abriam aquele sorriso, como quem finalmente aceita as informações que leram ou viram na tv desde a infância e sentiam o alívio de perceber que aquelas imagens de Saturno eram mesmo dele e que não haviam sido enganadas.

Aqui está o ponto onde eu queria chegar. Ouvir de tantas pessoas, desde as crianças aos mais idosos, que Saturno realmente tinha anéis nos mostra o quanto que as pessoas, de modo geral, desconhecem o universo.

Isso se tratando tanto da nossa vizinhança ou se falamos nos mais distantes pontos que podemos enxergar do cosmos.

E é preciso lembrar que nem todo mundo vai querer ser Físico, Astrônomo. Nem todo mundo tem vocação para carreira acadêmica. E está tudo bem com isso.

Mas, é certo que, de maneira geral, as pessoas não tem contato com telescópios, com simuladores do céu, com monitoradores de satélites artificiais ou qualquer coisa do tipo. 

Essa falta de contato, que muitas vezes se dá pela falta de acesso ou por não saber onde procurar faz com que as pessoas passem suas vidas sem saberem coisas simples ao seu redor, como os pontos cardeais ou a distância e as dimensões da Lua.

Às vezes as pessoas não sabem explicar nem mesmo sabem como se dão as fases da Lua.

Por isso que é importante pegar o telescópio, levar até as praças, levas às escolas, chamar os amigos, a família, alguma turma da escola do bairro e conversar sobre os planetas.

Vale a pena mencionar sobre as estrelas, constelações, sobre o mundo à nossa volta e percebermos o movimento, a beleza e a elegância do céu.

Conclusão

Estamos em tempos difíceis.

A pandemia da Covid-19 tem assolado ainda o povo brasileiro e algumas restrições precisam ser obedecidas.

Os cuidados continuam sendo necessários para que erradiquemos de uma vez esse vírus maldito à medida que a vacinação avança no país.

Saiba que, mesmo dentro de nossas casas, das janelas e mesmo em apartamentos, é possível acompanhar o céu noturno. Existem muitos simuladores gratuitos e fáceis de manusear.

Menciono aqui o Stellarium, o In The Sky, Heavens-Above, Sky Safary, o Star Walk 2, Celestia (estes 3 últimos para mobile). 

Basta a menor dose de curiosidade com um pouco empenho e te garanto que você vai aprender tantas coisas sobre o universo que jamais imaginou que você fosse aprender.

Me acompanhe por aqui, a ideia é de tornar os textos no blog cada vez mais frequentes.

Até mais. 

Para mais leituras: Clique aqui.