Figura 1 – Comparação das concepções artísticas em escala de Júpiter (à esquerda ) e do exoplaneta MASCARA-1, maior, à direita.

Um papo sobre exoplanetas

Para falar sobre os exoplanetas, precisamos definir bem o que é um planeta. De acordo com a União Astronômica Internacional, é considerado planeta do Sistema Solar um corpo que tenha atingido equilíbrio hidrostático.

Ou seja, um corpo que apresente um formato quase esférico, que esteja em órbita ao redor do Sol e que seja o objeto dominante, sem nenhum outro com tamanho parecido ou maior, nessa órbita.²

Até o dia da escrita deste artigo, 26/08/21, de acordo com a NASA, 4.472 exoplanetas já haviam sido confirmados e existiam mais 7.695 que são considerados pela NASA como candidatos a exoplanetas.³

Acredite, esse número dos confirmados já estava desatualizado no dia seguinte, uma vez que novos exoplanetas são descobertos toda hora.

O caminho é cheio de altos e baixos

Embora já saibamos desses 4.472 exoplanetas, eles começaram a ser descobertos apenas no último 1/10 do século XX.

Ou seja, até a década de 1990 a humanidade desconhecia qualquer pronunciamento oficial de descobertas de planetas além do sistema solar.4 

Tudo o que se falava ao redor deste assunto até então acontecia apenas no caminho das hipóteses. Suas descobertas são realmente muito recentes.

Mas chega a ser até controverso o fato de que já se havia falado na possibilidade de existir no universo milhares de outras estrelas como o Sol, com outros tantos de planetas ao redor dessas estrelas, no século XVII.

Giordano Bruno foi condenado no século XVI pela propagação de ideias que eram chamadas de heresias pela Igreja Católica.

Dentre essas ideias estavam as alegações da possibilidade de existência de infinitas estrelas como o Sol, orbitadas por inúmeros outros planetas como o Planeta Terra, onde habitariam seres inteligentes como nós5.

Já no século XVII, observações de Galileu Galilei revolucionaram a maneira como a humanidade enxergava o céu.

A descoberta das crateras na Lua, das 4 luas de Júpiter em órbita do gigante gasoso foram como um alerta de que a ideia de que o universo girava em torno da Terra estava com os dias contatos.

Quase que ao mesmo tempo, o astrônomo Johannes Kepler surgira com as tão faladas primeira e segunda lei de Kepler, que descreviam como os planetas orbitavam o Sol.

Nos ombros de gigantes

Sem mencionar diversos nomes crucias para que o conhecimento que temos hoje de astronomia, e da cosmologia de modo geral, fosse construído, como Nicolau Copérnico, Tycho Brahe, Isaac Newton, Subrahmanyan Chandrasekhar, Edwin Hubble e tantos outros.

Sem falar também da parcela que cada um destes, podemos nos direcionar para o momento onde estamos, na terceira década do século XXI e pensar novamente nos exoplanetas.

O universo é um rio, um mar

A busca por exoplanetas pode ser comparada com a pesca. Não há um único jeito de pescar, de modo que a maneira que o pescador vai em busca de sua presa depende muito do tamanho do peixe que ele pretende pegar e de onde deseja pega-lo.

Essas e outras possibilidades vão determinar a(s) técnica(s) que ele vai utilizar: se vai com anzol, com redes, ou tarrafas, ou lanças, etc.

Vale a pena lembrar que o pescador não tem certeza se volta pra casa com muitos ou com poucos peixes. Há até a incerteza de que a campanha não retorne pra ele nenhum pescado.

É dura a vida do pescador!

Mas uma coisa é certa: o pescador precisa sair para pescar, caso queira voltar pra casa com seu próprio pescado.

Do mesmo jeito, a procura por exoplanetas pode ser demorada, exaustiva e infrutífera.

Isso significa também que existem métodos que vão encontrar majoritariamente determinadas classes de exoplanetas, quando comparados com outros.

Que nem sempre os resultados vão apontar para a descoberta de um exoplaneta e que a caça contínua precisa acontecer, para que mais exoplanetas sejam detectados, mais mundos sejam encontrados e talvez, até outras vidas sejam descobertas. Já pensou?! 

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Referências

1. NASCIMENTO, J. D. DO. Exoplanetas e a busca por novos mundos. Revista Brasileira de Astronomia, v. 4, p. 32–37, 1AD.
2. IAU, A. G. DA. The Final IAU Resolution on the definition of “planet” reading for voting. Disponível em: <https://www.iau.org/news/pressreleases/detail/iau0602/>.
3. NASA. Eyes on Exoplanets. Disponível em: <https://exoplanets.nasa.gov/eyes-on-exoplanets/#/>. Acessado em: 26/08/2021, 18h30min.
4. BRENNAN, P. Exoplanet Discobery – and Mistery. Disponível em: <https://exoplanets.nasa.gov/what-is-an-exoplanet/planet-types/overview/>. Acesso em: 29 ago. 2021.
5. COCKFORD, P. D. Cosmos & Culture – Cultural Evolution in a Cosmic Context. [s.l: s.n.]. v. 3

Figuras

1. NASA. Eyes on Exoplanets. Disponível em: https://exoplanets.nasa.gov/eyes-on-exoplanets/#/planet/MASCARA-1_b/. Acessado em: 26/08/2021, 18h30min.

Categorias: Exoplanetas

2 comentários

TODOS OS EXOPLANETAS SÃO IGUAIS? - Segundo de Arco · Junho 28, 2022 às 4:14 pm

[…] você leu o artigo Exoplanetas – Do Passado Ao Presente, sabe que há uma quantidade muito grande de exoplanetas descobertos e de tantos outros candidatos […]

COMO ENCONTRAR UM EXOPLANETA - Segundo de Arco · Junho 28, 2022 às 4:51 pm

[…] você veio direto do Instagram eu recomendo que você, depois de terminar este texto, leia também Exoplanetas: do Passado ao Presente e Os Exoplanetas São Todos […]

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